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  ADUR  Informa

ANO  22

Nº 22

21/02 A 11/03

2001

FILIADA À CUT


       ADUR Informa - publicação da Associação dos Docentes da UFRuralRJ. 
       Conselho Editorial: Áurea Echevarria, Francisco de Assis da Silva, Nídia Majerowicz, 
                                          Ricardo L. L. Berbara e Valdomiro Neves Lima.
       Jornalistas Responsáveis: Regina Rocha (Reg. 16269/MTb) e 
                                                     Fortunato Mauro (Reg. 20732/MTb).
                 As matérias não assinadas são de responsabilidade do Conselho Editorial.

Todos travamos a mesma luta

 A abertura do XX Congresso Nacional doANDES-SN, na noite do dia 15/2, no teatro Odylo Costa Filho, na UERJ, foi marcada pela emoção. Por mais de três horas os mais diferentes segmentos sociais organizados homenagearam os 20 anos de luta de nosso sindicato. Da mesma forma, os movimentos sociais foram homenageados não só no temário do Congresso, mas também por uma platéia constituída por quase 400 delegados de todo o país, atentos e incansáveis.

A professora e pesquisadora Míriam Limoeiro foi a primeira a falar, homenageando Florestan Fernandes, segundo ela, um símbolo da luta pela educação de qualidade. Miriam resgatou, como resultado de sua pesquisa, os 20 anos de organização do movimento docente emocionando a todos, particularmente os ex-presidentes da entidade que compunham a mesa de abertura.

Entidades como o MST, FASUBRA Sindical, Sinasefe, CUT, UNE, assim como partidos políticos como o PT, PSTU e PCdoB também compuseram a mesa em um verdadeiro ato político que reservou espaço especial para representantes de comunidades índigenas, do movimento negro, de mulheres, entre outros.

O economista João Pedro Stédille, líder do MST, resumiu a expectativa dos presentes: “Não é possível resolver questões fundamentais para o Brasil, como escolas públicas e gratuitas, sem romper compromissos assumidos com os organismos financeiros internacionais”. E concluiu: “O ano é promissor para a luta social no país. Vamos tomar e resolver as questões nas ruas”.

“ Tivemos hoje uma bela configuração dos movimentos sociais que estão apontando o norte do movimento popular”, disse o presidente do Andes-SN, Roberto Leher, lembrando o papel importante do Andes-SN nesta trajetória em diversos momentos de luta.

O XX Congresso prosseguiu até o dia 20 de fevereiro e suas deliberações serão socializadas na próxima edição do nosso ADUR Informa.

 Servidores exigem 75,48%, Já!

Servidores públicos federais decidiram - em plenária nacional dia 11/2 - exigir reposição salarial de 75,48% referente a perdas nos últimos sete anos, segundo cálculos do DIIESE. Reivindicam ainda a reposição das vagas através de concurso público e a manutenção da Previdência e dos direitos sindicais. Segundo a Coordenação Nacional das Entidade de Servidores Federais (CNESF), que reúne entidades como Andes-SN, Sinasefe e Fasubra-Sindical, caso o governo continue intransigente, os servidores podem retomar a luta para que seus direitos sejam respeitados.

Com a participação de mais de 500 pessoas, entre servidores, parlamentares, representantes de entidades sindicais e da sociedade civil que lotaram o auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados dia 13, foi lançada a Campanha Salarial 200, que promete reeditar grandes mibilizações, como o Dia Nacional de Luta em 28 de março, com paralização de 24 horas.(Veja calendário na página 2).

Impasses marcam cotidiano de colegiados da UFRRJ

 Importantes instâncias da Universidade, os órgãos colegiados vêm enfrentando uma série de problemas, como o esvaziamento e - com legislação antiga - “ranço de autoritarismo”.  Enquanto isso, até cursos pagos foram estabelecidos sem a necessária aprovação. O que aponta a necessidade de participação. (Página 3)


Página 2 

Editorial

O Regimento dos Órgão Colegiados da UFRRJ, datado de novembro de 1978,  logo em seu segundo artigo estabelece que: I - “O Conselho Universitário (CONSU) é o órgão supremo de consulta e deliberação coletiva da Universidade em matéria didática, técnica , científica, administrativa e disciplinar”; II – “ O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) é o órgão de coordenação, supervisão e deliberação técnica para toda a Universidade, em tudo que se refere a ensino, pesquisa e extensão” e III – “O Conselho de Curadores é o órgão de controle e fiscalização econômico-financeira da Universidade”.

O Estatuto da UFRRJ, define mensalmente uma reunião ordinária do CONSU e do CEPE, ou extraordináriamente, quando necessário.

A lembrança dessa legislação no momento em que estamos trabalhando em salas de aulas, sem sequer um ventilador, sob temperaturas perto de 40º C; com mais de 10% do corpo docente na condição de emprego precário, com salários definidos, por várias comissões de avaliadores do próprio MEC que estiveram em nosso campus, como aviltantes e impossibilitados de participar dos projetos acadêmicos institucionais de seus Departamentos; há mais de seis anos, sem concursos públicos, que permitam o preenchimento das vagas abertas pelas aposentadorias e mesmo falecimentos; com processos de avaliação externa (tipo provão) que medem apenas as consequências desse processo, sem a mínima preocupação em mudar as condições citadas anteriormente, exige do corpo docente uma séria REFLEXÃO PARA A AÇÃO.

Dentro desse quadro, é preocupante que propostas que tentam solucionar alguns dos problemas levantados, através da cobrança de mensalidades de cursos de pós-graduação latu e strito sensu   (ironicamente chamada pelos cobradores de “investimentos”); interiorização de cursos de graduação sem um efetivo levantamento das condições econômicas, sociais e políticas das prefeituras que nos procuram e outras formas de privatização do ensino público, não estejam sendo avaliadas pelos Colegiados Superiores ou, pior ainda, tenham obtido seu aval.

Como a grande maioria desses Conselheiros recebem da comunidade ( quer pela eleição para as Diretorias dos Institutos, para os Colegiados de cursos de graduação e de pós-graduação e Chefias de Departamento,  para a representação das categorias docentes e  para a representação estudantil ) um voto para o exercício de dois anos de mandato (caso docente) e um ano (caso estudantil), mais  do que uma simples atenção com esses processos eleitorais, é fundamental o acompanhamento da ação desses Conselheiros nas reuniões mensais dos Órgãos Colegiados Superiores da UFRRJ  e, se for o caso, avaliar porque essa periodiciade não é cumprida, se a lista de problemas com relação ao bom e normal funcionamento das nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão cresce exponencialmente a cada semestre letivo que se inicia.

A questão agrária no Brasil

O I Seminário Nacional de Política Agrária, promovido pelo Andes- SN e pela Associação dos Professores da Universidade Federal de Viçosa, dias 2 e 3 de fevereiro, contou com o apoio e a participação de estudantes da UFV. O Seminário reuniu, entre os expositores, representantes do MST, CPT, CTA e Ministério do Desenvolvimento Agrário, além de integrantes da diretoria do Andes-SN e da Aspuv e de Professores das Universidades Públicas vinculados ao debate da questão agrária no Brasil. Foram discutidos os grandes temas da questão agrária brasileira sub-divididos nos seguintes ítens: projetos governamentais, papel da mídia e papel das universidades.

Em relação aos projetos governamentais estes foram alvo de denúncias, tais como o fato de que os projetos agrários do governo são constantemente reelaborados, sem que se constituam em políticas de efetiva reforma agrária no país; que amplia-se a violência política no campo com a intervenção cada vez mais intensa de policiais militares em conflitos agrários, que redundam freqüentemente em prejuízo para os trabalhadores rurais, seja na forma de expulsões da terra, prisões, ferimentos ou mortes por assassinato; que o governo pretende concentrar os investimentos em assentamentos no norte do país (mais especificamente na Amazônia), em detrimento das verdadeiras áreas de conflito que situam-se, de acordo com o MST, nas regiões centro e sul do país.

Do ponto de vista da relação com a mídia, o seminário chamou a atenção para as reiteradas atitudes dos grandes meios de comunicação no intuito de apoiar a desmoralização e repressão do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.

Quanto à vinculação entre movimentos sociais e universidades, deliberou-se no sentido da utilização do espaço e da estrutura universitárias em prol do MST e demais organizações de trabalhadores rurais, no sentido de permitir que as universidades se transformem no lócus da contra-hegemonia frente ao estado e sua política contrária aos interesses dos trabalhadores do campo. Visando concretizar estas ações em conjunto entre Universidades e Movimentos Sociais no campo, o seminário apontou para o apoio e a participação do Andes, através do GT de Política Agrária, na formação da rede de pesquisadores universitários do MST a ser implementada brevemente e que visa organizar um banco de dados nacional, listando os estudos que vêm sendo realizados em torno do MST e de suas lutas.

FHC envia projeto que reestabelece data

Foi apresentado no Congresso pelo governo federal, em15/2, o Projeto de Lei 4112/01 que fixa a data de pagamento do funcionalismo civil e militar, até o segundo dia útil do mês subseqüente ao trabalhado.  A proposta foi apensada ao Projeto de Lei 4050/01, do deputado Jair Bolsonaro (PPB-RJ), apresentado em 6/2 exatamente para impedir que o pagamento volte a ser feito no mês seguinte. Ambos passaram a tramitar em regime de urgência.

Ao contrário do Governo, Jair Bolsonaro sugere que os salários dos servidores federais sejam pagos até o último dia útil do mês de competência, com exceção do mês de dezembro, cujo pagamento poderá ser feito até o segundo dia útil de janeiro. 

O princípio do pagamento salarial no início do mês seguinte ao trabalhado vigorou durante mais de seis anos, desde a edição do Plano Real, por meio da Medida Provisória 2.079-77, que foi derrubada no último dia 31 de janeiro pelo Congresso Nacional.

SERVIDOR FEDERAL PODE SER INDENIZADO

Com a rejeição da MP 2079-77, que em março de 1995 adiou para o quinto dia do mês seguinte ao trabalhado a data de pagamento dos servidores civis e militares da União, o Governo poderá ser obrigado a restituir ao funcionalismo o valor correspondente à diferença salarial de aproximadamente 14 dias, corrigidos monetariamente. Isso é o que dispõe o Projeto de Decreto Legislativo 839/01, do deputado Fernando Coruja (PDT-SC), que disciplina as relações jurídicas decorrentes da perda de eficácia daquela MP, desde 31/2. O projeto assegura ainda, aos servidores federais, o pagamento de 3,73% sobre o salário de abril de 1995, corrigidos pelo INPC até a data do efetivo pagamento. De acordo com o autor, esse percentual representa a soma do que seria devido aos funcionários referente ao período entre o segundo dia útil após o dia 20 de abril de 1995 (critério vigente até então para pagamento dos salários) e o quinto dia do mês subsequente, data que passou a vigir.                                 Fonte: Agência Câmara

 Até a semana passada, nas seções administrativas, tinha-se a informação que o governo fechara duas folhas em 14/2: pagamento em fevereiro ou março.

Agenda

8/03 - Dia Internacional da Mulher

28/03 - Dia Nacional de Luta dos SPF com indicativo de paralisação de 24h

05/04 - Grande marcha a Brasília


Página 3 

Os colegiados na vida universitária

 Com o objetivo de estabelecer o debate acerca do papel e a importância dos Órgãos Colegiados e outras instâncias de decisão da UFRRJ, o ADUR Informa, passa a publicar uma série de reportagens sobre o tema.

Sem pretender traçar juízos de valor nesse primeiro momento, estaremos discutindo, sob o olhar  de participantes dos Conselhos Universitário e de Ensino, Pesquisa e Extensão, (CONSU e CEPE, respectivamente) os problemas e impasses que freqüentemente vêm marcando o cotidiano desses colegiados, pelo menos nos últimos quatro anos. Fatos que podem ter a marca da falta de interesse da comunidade universitária em acompanhar e opinar nos mais variados níveis de decisão, institucional ou não. 

Relevante até certo ponto

Sobre a questão do esvaziamento, o professor Laélio Nunes de Lima, chefe do Departamento de Letras e Ciências Sociais, membro do CEPE, explica que os cursos de interiorização oferecidos pela Rural nos municípios de Paracambi e Três Rios, por falta de interesse dos governos - especialmente em Paracambi - e devido a ausência de discussão no colegiado, correm o risco de serem extintos.

Por estar ultrapassado pelo próprio tempo e pela modernização do Ensino, o CEPE necessita passar por uma reformulação. Também “porque a legislação que o rege é do período da ditadura e, portanto, há ainda o ranço do autoritarismo”, diagnostica Laélio. Outra crítica que faz é que muitas das discussões feitas no CEPE chegam “como fato consumado, dando um sentido apenas de homologação ao colegiado”.

Dinâmica compressiva

Talvez, pelo fato de o CEPE, assim como o CONSU terem a mesma liderança dirigente – o reitor é presidente de ambos – a dinâmica de um e de outro seja idêntica. Mais grave é que a metodologia usada no Conselho Universitário seja a do “rolo compressor”. Segundo o professor Nelson Brasil, diretor do Instituto de Agronomia e membro do colegiado maior da Rural,  existe “uma certa dificuldade em se questionar e se aprofundar os assuntos”, uma vez que se escuta, com freqüência, que essa ou aquela matéria “já foi aprovadas na base”. Aliado a isso, já que o reitor tem maioria absoluta neste Conselho, “ficamos sempre em minoria e de maneira desconfortável para fazer questionamentos”, avalia o dirigente.

Outra questão apontada por Nelson é a ausência dos estudantes. “Pelo menos no período em que eu participo do CONSU, os estudantes muito pouco se fizeram presentes. Entendo que a presença deles é fundamental pelo seu poder de crítica e por sua independência. Sua ausência agrava ainda mais esses problemas”, opinião corroborada pelo professor Laélio Nunes.

Nelson Brasil também entende que são necessárias mudanças nos colegiados e instâncias de decisão, “tanto em seus objetivos, assim como em sua composição e organização”, mas alerta que para tanto é necessário que haja um processo amplo, democrático e “sem que se despreze a contribuição dos diversos atores sociais”.

“Só empossado”

O reitor José Antônio de Souza foi  procurado pela reportagem, por telefone, dia 13. Por intermédio de seu assessor de imprensa, Antonio Carlos Nogueira, negou-se a conceder entrevista sobre o tema, informando que só falaria quando fosse empossado, muito embora seu mandato atual só venha a expirar dia 5 de março. No dia 14, encontrado pela reportagem no ICHS, sustentou: “Só falo quando eu for empossado”. Outros dirigentes e conselheiros foram procurados, mas por motivos como falta de agenda a entrevista não foi possível. Nas próximas edições, daremos continuidade ao assunto procurando  novamente ouvir todas as correntes de opinião.

Reunião do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão
aprova calendário e propõe temas para discussão

Fazendo uso do direito de participar do CEPE, com direito a voz, a ADUR-RJ esteve representada na reunião do dia dois de fevereiro passado pela professora Nídia Majerowicz. Além de aprovar o calendário escolar para o 1º semestre de 2001, proposto pela Câmara de Graduação, o CEPE recebeu da Reitoria três propostas para discussão e posterior deliberação. A primeira proposta trata de modificações nas normas internas de avaliação discente, assunto importante a ser debatido com os próprios estudantes, com nossos colegas da área de educação e todos aqueles preocupados com a qualidade do ensino. Esta minuta de deliberação foi encaminhada pela diretoria da ADUR-RJ ao Departamento de Teoria e Planejamento do Ensino na busca de subsídios para o debate. As duas outras propostas referem-se a normas para aprovação de novos cursos de pós-graduação na universidade. Uma delas propõe que o CEPE proíba o início das atividades acadêmicas dos cursos de pós-graduação Stricto Sensu que não sejam recomendados pela CAPES. A outra trata do funcionamento dos cursos Lato Sensu, proibindo a divulgação e início de atividades de cursos que não tenham sido aprovados pelo CEPE.

As cópias das propostas de mudanças estão à disposição dos interessados na sede da ADUR-RJ. A diretoria aguarda subsídios dos seus filiados para melhor atuar na representação da nossa categoria.  


Página 4 

Areal pode avançar sobre a UFRRJ

Mais uma vez a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro depara-se com ameaças contra o seu patrimônio. Não trataremos aqui da perda do maior deles, nossos profesores, mas das agressões ao seu campus.

Após ter sido parcialmente ocupado por grileiros e retalhado pela rede de linhas elétricas de Furnas, a novidade é a ameaça dos areais ao campus da Rural. A história já dura pelo menos um ano. A Mineração Santa Elina (MSE), havia requerido junto ao DNPM autorização para pesquisa em uma área de 170 ha situados entre o Valão dos Bois e o Rio Piloto. Este terreno não pertence à universidade, mas faz fronteira com ela ao longo da Reta de Piranema, junto aos eucaliptos de outra empresa que há anos se beneficia da Rural, a Barbará Siderurgia.Tais circunstâncias obrigaram a MSE e a Reitoria a realizar reuniões de negociação que começaram há quase um ano, sem conhecimento da comunidade.

Alertamentos que, com a falta de uma linha mais ofensiva na defesa de nosso patrimônio físico, corremos o sério risco de sermos mais uma vez esquartejados.

Segundo o diagnóstico ambiental da Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, realizado em 1998, o município de Seropédica é o mais degradado do estado devido as explorações de areia. Ao longo da década de 80, quando elas se iniciaram, ocorreram deslocamentos da população rural que habitava a região com mortes e tragédias sendo registradas a cada ano. Com a questão política e fundiária “resolvida, e com o início da exploração, percebeu-se o alcance do impacto. A UFRRJ foi omissa ao não se opor a este processo. Agora, literalmente cercada por areais, reclama ajuda para evitar o avanço da exploração sobre suas terras.

Legalmente, a MSE tem o direito de requerer a exploração, pois o subsolo pertence a União e a permissão à sua exploração é concedida pelo governo. Por outro lado, somos uma instituição que desenvolve projetos acadêmicos para a mesma área. Estabelece-se, portanto, uma questão que envolve interesses antagônicos exigindo a mobilização da comunidade para fazer prevalecer os interesses do público que, esperamos, seja a preservação deste patrimônio e não a sua venda. Urge o envolvimento do MEC  e a interrupção de toda e qualquer negociação entre a Reitoria e o MSE.

Por quê esta ameaça apenas foi divulgada após um ano de conversa entre as partes foge à nossa compreensão. Talvez tenhamos perdido um tempo precioso ou, quem sabe, irrecuperável.

De Olho na Mídia

Cana? Dá!

Enquanto a briga de cachorro grande, em Brasília, mandava R$ 10 milhões para o ralo do Congresso Nacional, o duelo entre a vaca louca brasileira e o urso canadense esvaziava o saloon. Como que num passe de mágica, o Brasil virou soberano e tem até presidente.

Contrariado, vilipendiado em seus direitos internacionais, diminuído como nação integrada e globalizada, o povo brasileiro foi chamado pela mídia a resistir.Churrascos xenofóbicos, sindicalistas performáticos, empresários engajados, enfim, um sem-número de neoconscientes foram mais além do estribilho do Hino Nacional. FHC, nosso Henrique V, lembrava o dia de São Judas Tadeu e sentenciava, “guerra é guerra!”

A traição canadense às regras comerciais neoliberais inventadas por Dona Carochinha não ficaram sem respostas! A cólera nacional, em poucos segundos, consumia litros e litros de Canadian Club. Via satélite, o derrame daquela groselha destilada passava a simbolizar o boicote que se anuncia aos produtos importados do Canadá.

Em meio as rodadas de uísques escocês ou cerveja made in Ambev, elite e povão, cada um na sua, se uniram. Os operários da Embraer, enquanto montavam as turbinas Alisson, de procedência canadense, assobiavam Aquarela do BrasiI. Nas rotativas a celulose, tão ameaçadora como a flutuação do dólar, descrevia um país com que todos sonhamos: soberano e autônomo. Mas o quanto soberano e autônomo?

Soberano talvez como a base militar de Alcântara, como lembra o jornalista Luís Carlos Maranhão, onde os EUA podem fazer e desfazer o que bem entendem sem que o exército brasileiro possa dar pitaco. Autônomo, provavelmente, como a economia brasileira que registra saltos impressionantes; só de 1994 até outubro de 2000 cresceu de US$ 114 bilhões para US$ 242 bilhões...em sua dívida externa.

Mas parece que valeu a pena falar grosso. O primeiro mundo veio até aqui para analisar o nosso gado. Vieram conferir a mercadoria. Agora é aquietar o povo, mostrar os dentes, que eles compram. Quem sabe levam até cachaça!

 Enquanto isso, em alguns outdoors:
Obrigado, deputado! A Peugeot-Citroen é nossa! Brazil...zil...zil!
 

Notas

Mula sem cabeça

O fazendeiro Caio Souza Pereira, proprietário da Fazenda Campos Belos, baleou em 11/2, quatro trabalhadores rurais sem terras, das 50 famílias que ocupam o imóvel, localizado em Caiapônia (GO), a 110 km de Unaí. Os ocupantes da fazenda – que está sendo desapropriada para assentar as famílias – faziam uma pequena cerca para abrigar algumas cabeças de gado, quando o fazendeiro chegou com o tratorista e mais três empregados e ordenou a derrubada da cerca. O grupo foi dispersado a bala por Caio, diante de dois policiais militares. Segundo Antônio Chagas, secretário de Política Agrária da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Goiás (Fetaeg), os policiais assistiram a tudo passivamente e se limitaram a socorrer os feridos, sob a alegação de que não podiam fazer nada, porque a fazenda pertencia a Caio.     Fonte: Contag

 53ª Reunião Anual da SBPC

Acontecerá  de 13 a 18 de julho de 2001 em Salvador, BA, a 53ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O tema central é “Nação e Diversidade: Patrimônio do Futuro”. Informações: http://www.sbpcnet.org.br/53RA   e  53RA@sbpcnet.org.br.

ADUR tem nova home page

Já está no ar a nova home page da Adur.  A versão atual é hospedada pelo provedor Terra e possui domínio próprio, registrado na Fapesp. O endereço é http://www.adur-rj.org.br. A versão anterior não chegou a ser terminada, embora já estivesse no ar há dois anos, em outro provedor.

O webdesigner Walter Tauille, foi contratado pela Adur como webmaster da página. Estão disponíveis  links para outras entidades sindicais, instituições acadêmicas e órgãos governamentais, deliberações de assembléias, balancetes, edições do Adur Informa, grupos de trabalho da Adur, documentos, convênios e história da Adur, entre outros. Algumas páginas secundárias ainda estão em construção. Com o lançamento da home page a diretoria da Adur passou a fazer uso de um importante veículo de comunicação com outras entidades, mas principalmente com os seus filiados, já que atualmente muitos docentes fazem uso diariamente da Internet.

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