Governo aponta 23 de outubro como limite
para conclusão da negociação

 

Representantes do ANDES-SN se reuniram hoje (13/9) com o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Duvanier Paiva Ferreira, para a terceira reunião de negociação da pauta de reivindicações dos professores das instituições federais de ensino superior (IFES).  

O secretário iniciou a reunião expondo seu estranhamento com o fato de haver um indicativo de greve da categoria para a última semana deste mês antes da terceira reunião de negociação. Os representantes do ANDES-SN lembraram que a pauta de reivindicações foi entregue em março e que a categoria se encontra ansiosa pelo seu atendimento, pois não tem reajuste desde 2005.  

Duvanier reafirmou que o Estado não dispõe de recursos orçamentários para conceder reajuste salarial este ano, mas, possivelmente, somente em 2008, com alcance até 2010, e apresentou os resultados dos estudos realizados pelos técnicos do MPOG sobre a tabela salarial proposta pelo ANDES-SN. De acordo com os estudos, a implantação completa da tabela salarial proposta pelos docentes teria um impacto de R$ 14 bilhões no orçamento da União, mas Duvanier afirmou que o governo não vê isso como o ponto inicial da negociação, e sim a definição da estrutura salarial à qual se pretende chegar.

Contrapropostas ficaram para próxima reunião 

Uma das reivindicações dos docentes é a valorização do vencimento básico, que em alguns casos está abaixo do salário mínimo. Duvanier afirmou que o governo partilha da posição dos professores, mas não apresentou nenhuma proposta para resolver a situação. Também não houve contrapropostas para as demais reivindicações dos docentes (veja Pauta abaixo).  

Duvanier se comprometeu a apresentar estudos dos impactos da paridade da GED para ativos e aposentados, isonomia de vencimentos e gratificações para os professores do ensino superior e de 1º e 2º graus, incorporação da VPI e equiparação de titularidade na próxima reunião, marcada para o dia 26.  “O governo adiou para essa reunião o que esperávamos que nos fosse apresentado hoje”, observa Agostinho Beghelli Filho, 2º vice-presidente do ANDES-SN.  

Governo quer fechar negociação no final de outubro 

Duvanier concordou com a sugestão das entidades representantes dos docentes de fixar um prazo para o processo de conclusão da negociação, sugerindo o dia 23 de outubro como data-limite, com realização de reuniões semanais para negociar os itens da pauta com os representantes do ANDES-SN, se for necessário.  

Posição do governo é conseqüência da mobilização dos docentes 

Para os representantes do Sindicato Nacional, a reunião demonstrou que a disposição do governo para negociar é fruto da pressão dos docentes, que aprovaram indicativo de greve para a última semana de setembro. “É importante que nossa mobilização seja mantida”, observa Almir Serra Martins Menezes Filho, 3º vice-presidente do ANDES-SN. Para o presidente do sindicato, Paulo Rizzo, “o desafio da categoria, agora, é fazer com que as contrapropostas que o secretário ficou de apresentar no dia 26 confluam com os princípios do movimento: paridade e isonomia”.  

Além do ANDES-SN, participaram da audiência representantes do SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional), PROIFES e do Ministério da Educação.



 

Pauta de reivindicações dos docentes das IFES definida pelo
26º CONGRESSO do ANDES-SN
Campina Grande - PB, 27 de fevereiro a 4 de março de 2007

1. Reajuste salarial emergencial que seja, no mínimo, correspondente à defasagem salarial resultante das perdas de janeiro de 1999 a dezembro de 2006 pelo índice ICV do DIEESE.

Esta reivindicação tem por base o dispositivo constitucional, instituído pela EMC 019, de 04/06/1998 (Art. 37, inciso X:  “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices”). Deveria o governo conceder anualmente a revisão, mas não o fez e, quando o fez, aplicou índices inferiores aos da inflação.

2. Definição de uma política salarial que inclua a incorporação das gratificações com paridade e isonomia de salário e a compensação das perdas salariais acumuladas a partir de janeiro de 1995.

3. Isonomia entre GED e GEAD pelos seus valores máximos.

4. Incorporação da GED, GEAD e GAE no vencimento básico.

5. Isonomia do vencimento básico entre as carreiras do ensino superior e do 1º e do 2º grau;

6. Isonomia dos percentuais de titulação entre as carreiras do ensino superior e do 1º e do 2º grau.

7. Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.

8. Incorporação da VPI – (Vantagem Pecuniária Individual).

9. Retomada da licença sabática.

10. Manutenção dos aposentados na folha de pagamento das IFES.

11. Que os atuais aposentados percebam as vantagens da classe de Professor Associado, na seguinte relação: Adjunto IV como Associado IV, Adjunto III como Associado III, e assim sucessivamente, sem prejuízo dos aposentados sob a égide do art. 192 da Lei nº 8112/90 (RJU).

12. Que os docentes da ativa pertencentes à classe de adjunto nível IV que tenham alcançado os requisitos necessários à progressão para a classe de Professor Associado, instituída pela Lei Federal nº 11.344/06, possam progredir aos níveis da classe de Professor Associado de acordo com o tempo que tenham tido em atividade na condição de Professor Adjunto nível IV.

13. Preenchimento dos cargos atualmente vagos e a criação de novos cargos, pelo Regime Jurídico Único, para suprir as necessidades da política de expansão das IFES, com a realização imediata de concurso público e com a respectiva dotação orçamentária.

14. Limitação da contratação de professores substitutos a situações de excepcionalidade, nos termos da Proposta de Carreira Única do ANDES-SN.

15. Remuneração dos professores substitutos nos mesmos valores que os do quadro permanente das IFES.

16. Proibição a todas as formas de precarização do trabalho docente nas IES públicas, tais como: aumento de contratações por tempo determinado em detrimento de concursos públicos, programas de excelência para aproveitamento de aposentados, programas de aproveitamento de jovens doutores e estudantes de pós-graduação, distorções do estágio de docência na pós-graduação como alternativa à contratação de professores, aproveitamento de técnicos-administrativos na docência, prestação de serviços via convênios que descaracterizam a carreira docente, redução no número de vagas efetivas e as diversas modalidades de trabalho informal e voluntariado como alternativa à realização de concursos públicos para contratação de professores.

17. Tratamento isonômico e paritário de todos os benefícios em todos os órgãos e instituições públicas.

18. Continuidade de funcionamento do GT Carreira do MEC, com o atendimento das pré-condições, já apresentadas ao MEC na primeira etapa de funcionamento do GT, com vista a eliminar as distorções hoje existentes entre as carreiras e entre ativos e aposentados. Tais condições objetivam avançar no processo de aproximação das carreiras na direção da carreira única.

19. Incorporação imediata do auxílio alimentação pelo maior valor pago ao funcionalismo federal.

20. Retomada dos anuênios.

21. Retomada da licença especial.

 

Fonte: ANDES-SN, Elizângela Araújo,13/9/07.

 

 


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