Acontecimentos na Adunimep

 

14/12/2006
Adunimep: professores ratificam a greve
 

Reunidos em Assembléia, na noite desta quarta-feira (13), os professores da Unimep deliberaram, por unanimidade novamente, pela ratificação da greve proposta na Assembléia de segunda-feira.

Dos 140 professores, a maioria era de não demitidos, que estavam ali, especialmente, em solidariedade aos amigos. Houve muitos momentos emocionantes na fala de alguns deles que lembraram as lutas travadas e as vitórias conquistadas, o que deu força para que o movimento se fortaleça.

Os professores deliberaram também por formar uma Comissão de Ética e outra de Mobilização do Campus Santa Bárbara D’Oeste para conduzir os manifestos.

Na próxima sexta-feira (15) haverá outra Assembléia, às 19h30, para discutir e avaliar os resultados da segunda Audiência de Mediação, designada para o mesmo dia às 9h30.

Informe importante

Ao final da votação, a estudante Maria do Carmo Morales Pinheiro, membro da APGED (Associação de Pós-Graduação em Educação), informou que os alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unimep (PPGE) estavam enfrentando problemas com o Coordenador Geral, por sua omissão diante desta grave situação de repressão.

Decidiram, então, convocar uma Assembléia para discutir o momento atual, a qual foi realizada na tarde de hoje, no Campus Taquaral.

Durante as reflexões, os estudantes cobraram postura do Coordenador que comunicou o seu afastamento, por um período, do programa. Indignados, os estudantes reivindicaram sua renúncia e como o movimento foi forte, o Coordenador acabou, realmente, renunciando ao cargo.

Esta Assembléia deliberou também pela produção de um documento que será encaminhado à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -  Ministério da Educação) solicitando uma visitação pedagógica à universidade.

Fonte: Adunimep, 14/12/2006.


13/12/2006
Adunimep: Procuradoria propõe readmissão dos professores

Depois de apresentadas as duas versões (uma do IEP- Instituto Educacional Piracicabano e outra da Adunimep – Associação dos Docentes da Unimep), sobre a crise da Unimep que causou a demissão de 148 docentes, a Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região propôs, na manhã de hoje em Campinas, a readmissão dos professores dispensados e a volta às aulas para que seja possível a conclusão do semestre.

Os representantes da Adunimep alegaram que os professores já fizeram várias concessões à universidade, como o acordo que reduziu 10% de seus salários e a aceitação de um parcelamento do 13º, no ano passado, e de um crédito consignado junto ao banco para que fosse efetuado o pagamento do 13º deste ano.

Explicaram também que as demissões acarretaram a interrupção das atividades acadêmicas no dia 11 de dezembro, sendo que o semestre só seria encerrado no dia 16.

A Procuradoria se mostrou preocupada com as graves conseqüências que a suspensão de aulas pode acarretar à sociedade, já que existem muitos projetos na universidade de assistência social à população e, então, fez sua proposta para as partes que ficaram de estudar a possibilidade.

O Ministério Público se comprometeu também a negociar eventuais dispensas que sejam necessárias, a partir  de janeiro de 2007 e recomendou que o Reitor Davi Ferreira Barros e algum membro do Conselho Diretor esteja presente na próxima audiência ou então, que o vice-reitor e os patronos que o acompanharem estejam com poderes para resolver as questões que forem tratadas.

Uma nova audiência foi marcada para a próxima sexta-feira, dia 15, às 9h30.

Fonte: Adunimep, 13/12/2006.


12/12/2006
ADUNIMEP: reitor decreta recesso e professores entram em greve
 

A decisão foi unânime! Em Assembléia, na noite desta segunda-feira, dia 11, os professores deliberaram por decretar greve. O resultado reflete a indignação dos docentes diante da Portaria do Reitor 167/06 (disponível em nosso site: www.adunimep.org.br/reintegração) que determina o recesso, a partir de hoje, das atividades de aula referentes ao segundo semestre de 2006. 

A portaria, que foi baixada na Intranet da Unimep por volta das 18h, determina ainda o período de 30 de janeiro a 10 de fevereiro de 2007 para a conclusão das atividades didático-pedagógicas deste ano e acrescenta que as atividades de estágio, monografia, projetos especiais e defesas de dissertações e teses poderão acontecer conforme inicialmente previstas ou serem reagendadas a critério das Faculdades. No entanto não dá conta de que muitos supervisores dos estágios, por exemplo, foram demitidos, o que implicará na suspensão de atividades nos hospitais, creches, escolas, projetos esportivos, entre outros serviços que beneficiam diretamente a população. 

A Assembléia contou com a presença de mais de 220 professores que deliberaram, também sem nenhum voto contra e nenhuma abstenção, por rejeitar outras três Portarias divulgadas nesta tarde nomeando os diretores das Faculdades de Gestão e Negócios, de Ciências Humanas e de Direito. 

Ao final, os professores encontraram-se com os quase 350 alunos que acompanharam a Assembléia do lado de fora do Auditório e organizaram mais um manifesto com o objetivo de sensibilizar a população em relação às atitudes danosas do Reitor: foi marcada para amanhã, uma passeata na Rua Governador Pedro de Toledo, com saída às 10h,  do  Mercado Municipal.

Fonte: ADUNIMEP - Seção Sindical do ANDES-SN, 12/12/2006


11/12/2006
Carta aberta à comunidade unimepiana e à população
Sobre a crise de gestão da Unimep

Como é de conhecimento público, expressiva quantidade de professores foi demitida da Unimep. A covardia da resolução é de tal ordem que a própria administração não divulga o número de “desligados”, mas já contabilizamos mais de 120 colegas. A medida foi consumada sob a alegação de que se fez absolutamente necessária para reverter a crise financeira por que passa a instituição. Ou seja, a responsabilidade pela má saúde financeira da Unimep foi atribuída exclusiva e unilateralmente aos professores – os quais, por sinal, não têm essa prerrogativa.

Pelo menos três esclarecimentos se fazem necessários. Em primeiro lugar, é importante revelar algo que talvez passe despercebido: se é verdade que o mercado exige mais e mais qualificações profissionais, isto sempre foi exigência primeira para a carreira docente. Ser professor significa se dedicar anos à elaboração e orientação de dissertações e teses, à produção de livros, à condução e orientação de pesquisas e à partilha de rotinas administrativas, além da docência propriamente. É importante que se diga: a grande maioria dos livros, das revistas científicas, enfim, do conhecimento que é produzido e difundido no mundo é realizada por professores. Naturalmente, a Unimep não é exceção.

Segundo: é preciso questionar o que se quer dizer quando se diz que os professores da Unimep ganham altos salários. Bem se sabe que o parâmetro para o estabelecimento de salários justos é o custo de vida, que, no caso dos professores, significa incluir os custos com sua atualização profissional. Acrescente-se, porém, que, para mensurar se os salários são altos ou não, só é possível fazê-lo confrontando-os aos lucros. Embora no caso em questão não se possa avaliar o problema estritamente nesses termos, jamais conseguimos saber qual é verdadeiramente o peso dos salários de professores vis-à-vis a receita da instituição. Quando se diz que os salários consomem 82% da receita, de que salários estamos falando? Somente dos professores? Estes, para ascender, precisam demonstrar méritos. Basta olhar para o organograma da universidade para se constatar que não há somente professores na folha de pagamentos da instituição. Importante enfatizar que tais contas nunca foram abertas à comunidade acadêmica. Parece que estamos diante de um segredo de Estado, de uma verdadeira “caixa preta”! Que razões teriam os gestores da Unimep para esconder esses números?

Terceiro: uma instituição de ensino produtora e difusora do conhecimento não exercerá sua função com competência, isenção e excelência se não primar por conduta absolutamente democrática e transparente. Este é um primado caro ao movimento sindical em geral e docente em particular, no Brasil e no mundo. Este princípio foi totalmente maculado nos últimos dias: demissões sem justa causa informadas pela Intranet; não divulgação da lista de “desligados” ou mesmo dos critérios de demissão; omissão do número de demissões; demissão de professores eleitos para ocupar cargos acadêmicos que tiveram seus mandatos cassados e que foram substituídos pelos derrotados nos processos eleitorais democráticos e assim por diante. Tal conduta imperial contraria toda a memória de diálogo que pautou a instituição.

Assim foi o primeiro dia do diretor geral do Instituto Educacional Piracicabano (IEP) – a entidade mantenedora da Unimep: um dia dedicado à traição das melhores tradições participativas e democráticas de uma universidade que se construiu pela dedicação e competência dos profissionais que elevaram seu nome. Parece, contudo, que o Conselho do IEP ignora essa história.

De nossa parte, buscamos esclarecer os fatos e tornar o processo o mais transparente possível. Não é o que se observa, entretanto, nas atitudes de nosso interlocutor. Transparência e respeito representam o mínimo que se poderia esperar de uma instituição cujo caráter confessional merece o devido esclarecimento à comunidade acadêmica e à sociedade em geral.

Por último, mas não menos importante, há que se registrar os incontáveis prejuízos causados aos alunos da Unimep. O clima de insegurança e incerteza que paira nesse segmento é compreensível, mas nem de longe justificável. A decisão de demitir professores intempestiva e autoritariamente às vésperas de o período letivo ser finalizado acarreta estragos ainda maiores. É de se perguntar: como será assegurada uma avaliação criteriosa de desempenho? Alunos não podem ser tratados como gado, clientela sem identidade ou freguesia anônima.

Ainda há dúvidas graves em relação ao futuro: se a Unimep está disposta a se desfazer de quadros qualificados, como os alunos podem confiar no ensino e na formação pelos quais estão pagando?

Os ideais que inspiraram o movimento pela autonomia universitária, democratização das decisões e elevação da qualidade de ensino, que marcaram o ano de 1985, ainda estão vivos. Esta é a convicção dos professores da Unimep, que desejam resgatá-los na íntegra. Nossa comunidade e a sociedade estão convidadas a cerrar fileiras nessa luta justa contra os que desejam transformar a Unimep em “mais uma” indústria de diplomas. 

Piracicaba, 9 de dezembro de 2006.
ADUNIMEP – Seção Sindical do ANDES – SN

Fonte: Adunimep, 11/12/2006


11/12/2006
Estudantes ocupam Unimep em protesto contra demissão de 148 professores
 

A crise nas universidades particulares ligadas a instituições religiosas vive um novo capítulo com a demissão de 148 professores da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). Localizada a 162 quilômetros de São Paulo, a reitoria da instituição está tomada pelos estudantes desde sexta-feira (08/12), em protesto contra a medida arbitrária. Com as demissões, várias defesas de mestrado e doutorado marcadas para esta semana não poderão ser realizadas. A conclusão do semestre, prevista para o próximo dia 16, também ficou indefinida.

As demissões foram comunicadas por e-mail e surpreenderam os professores. A reitoria alega que a universidade não tem mais como arcar com a folha de pagamento, que segundo informou corresponde a 82,6% de sua receita líquida. Diante das sucessivas negativas por parte da reitoria de receber os representantes dos professores, a Adunimep (Associação dos Docentes da Unimep) entrou com um pedido de mediação, em caráter de urgência, no Ministério Público do Trabalho. Até o final da tarde hoje, a Adunimep aguardava o agendamento da audiência. 

Em entrevista coletiva à imprensa local, o reitor Davi Ferreira Bastos disse que os critérios de demissão foram salários altos, professores mais antigos, aposentados ou que tenham outro emprego. Bastos também declarou que a Unimep implantará uma nova tabela salarial com redução de 20% a partir de janeiro de 2007 e que a universidade não pretende contratar professores para as vagas abertas com as demissões. Ele ainda afirmou que os professores não poderão entrar em sala de aula para finalizar o semestre e que os não demitidos deverão se “readequar”.

A Adunimep rechaça as declarações do reitor. De acordo com a associação, muitos professores demitidos não têm salários altos nem um segundo emprego. Para alguns, a situação é ainda pior, pois são casais que trabalhavam somente para a Unimep. Os dirigentes do sindicato afirmam que a comunidade universitária não ignora a crise financeira e tem contribuído ativamente para sua superação.

Uma prova de que os docentes estavam colaborando com a instituição para que a crise fosse superada foi a aceitação da renúncia de 15% dos salários, proposta pela Diretoria Geral da Unimep em maio. “No pacto firmando entre os docentes e a universidade, em vigor, há propostas dignas e factíveis para se negociar a superação da crise financeira preservando-se o Projeto da Universidade que construímos. Mas todo esse trabalho está sendo ignorado e agora a Unimep nos surpreende com essas demissões”, afirma a Adunimep.

As demissões representam uma falta de compromisso não somente com alunos e professores, mas um desrespeito ao próprio estatuto da universidade, que determina que esse tipo de medida deve ocorrer após consulta ao Conselho das Faculdades. Hoje à noite os professores se reunirão em Assembléia para avaliar a hipótese de entrar com uma ação civil coletiva pela reintegração dos docentes e também definir as diretrizes para a continuidade do protesto.

Indignados com as demissões arbitrárias, estudantes e docentes ocupam o Campus Taquaral da Unimep desde quinta-feira (07/12). O protesto silencioso acontece em frente à Igreja Metodista Central, com distribuição de panfletos. (Com informações da Assessoria de Imprensa da Adunimep)

Fonte: ANDES-SN, 11/12/2006


.

 

Opiniões sobre os artigos ...


Coletânea de artigos


Home