Aprendiz de cientista

 

Saiba como e por que é importante fazer pesquisa científica na universidade
 

O meio científico não está restrito a pesquisadores repletos de títulos, especializações e anos de experiência. Alunos de graduação também têm a chance de participar da produção acadêmica, trabalhando lado a lado de colegas, professores e alunos de pós-graduação. O contato com pessoas especializadas no objeto da pesquisa rende ao estudante um conhecimento extra, a que talvez ele não tivesse acesso em sala de aula.

A atuação de jovens pesquisadores representa um número alto em Brasília. Só no 3º Congresso de Iniciação Científica do DF, realizado no começo do mês, foram apresentados 922 trabalhos realizados em Brasília por alunos de graduação. O congresso contou com a presença de alunos da Universidade de Brasília, Universidade Católica de Brasília, do Centro Universitário de Brasília, e da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde. O número foi considerado alto pelo decano de pesquisa e pós-graduação da UnB, Márcio Pimentel, que aprovou a qualidade dos trabalhos. “O aumento na quantidade de pesquisas acontece com a colaboração do governo e de empresas, que estão mais conscientes da importância desses trabalhos para o país”, explica Márcio.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, é um dos principais responsáveis pelo estímulo à pesquisa, principalmente com a distribuição de bolsas para os alunos. Segundo dados da instituição, o número de estudantes que receberam bolsas pelo Programa de Iniciação Científica, Pibic, passou de 12,984, em 2002, para 17.958, em 2006. O órgão lança editais anualmente, oferecendo bolsas para alunos de instituições conveniadas em todo o país. Quem faz a inscrição no programa é o professor orientador, e não o aluno, por isso é importante correr atrás e pedir ajuda para o responsável pela pesquisa visada. A bolsa é concedida por, no máximo, três anos, dependendo da duração da pesquisa.

Para o presidente do CNPq, Erney Camargo, o apoio à participação de estudantes de graduação é importante para garantir que eles adquiram mais conhecimento e aprendam técnicas e métodos de pesquisa, procedimentos essenciais para a realização de uma monografia ou um trabalho de pós-graduação. “O Pibic é um programa voltado para o desenvolvimento do pensamento científico, e visa contribuir para a formação de recursos humanos voltados para a pesquisa ou que se dedicarão a qualquer atividade profissional”, revela Erney.

Na UnB, as pesquisas são realizadas em todos os departamentos, então alunos de quaisquer cursos podem se candidatar a uma vaga. Integrar um grupo de pesquisa é o primeiro passo para quem pretende seguir uma carreira acadêmica, fazer pós-graduação ou montar um currículo consistente. Atuar em pesquisas não significa abandonar o mercado de trabalho, as duas atividades podem ser levadas simultaneamente, afinal, elas são complementares. “As pesquisas trazem inovações quem podem ser utilizadas nas empresas. Os alunos que fazem parte de pesquisas saem da faculdade com uma vantagem competitiva, preparados para o trabalho”, ressalta Márcio Pimentel.

 

Fonte: Correio Braziliense, 22/09/06.


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