Ordem de grandeza
Desafio das distâncias

 

O que significa explorar os planetas fora do sistema solar, que ficar a dezenas
de anos-luz da Terra
 

Há duas semanas, astrônomos da Nasa e da ESA, respectivamente as agências espaciais americana e européia, anunciaram a descoberta de moléculas de metano na atmosfera do planeta HD189733b, situado a 63 anos-luz de distância da Terra. É a primeira vez que moléculas desse gás são encontradas num exoplaneta, como são chamados os planetas fora do sistema solar. O achado é um passo significativo na busca por vida extraterrestre. Desde que se encontrou o primeiro exoplaneta, há treze anos, já foram descobertos 277 astros desse tipo. O mais perto que se chegou da descoberta de indícios de vida neles foi a identificação de moléculas de água. O metano, em geral, é produzido como resultado da atividade orgânica. "Assim como a água, ele está entre as substâncias essenciais para o desenvolvimento de vida", explica o astrônomo Amâncio César Friaça, da Universidade de São Paulo.

Os cientistas detectaram o gás usando um método conhecido como espectroscopia. Nessa técnica, analisa-se a luz que incide sobre a atmosfera do planeta, produzida pela estrela que ele orbita. A luz é decomposta em diferentes grupos de cores, cada um deles correspondendo a uma substância presente no HD189733b. Embora a descoberta de metano possa sugerir vida, os cientistas acreditam que, nesse caso, o gás seja resultante de reações químicas, e não da atividade orgânica. Isso porque o HD189733b é composto de gases e sua temperatura atinge 940 graus. Além disso, sua órbita é tão próxima a sua estrela que a quantidade de radiação sobre a superfície destruiria as células de seres vivos.

 

 

Fonte: Rev. Veja, Rafael Corrêa e Vanessa Vieira, ed. 2054, 2/4/2008.

 


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