ÉTICA ?!
A farra dos juízes

JUDICIÁRIO

 

Um grupo de 150 juízes e desembargadores fluminenses, devidamente acompanhados por suas mulheres, embarca amanhã em vôo fretado do Rio de Janeiro para a Ilha de Comandatuba, na Bahia. Lá, ficarão até domingo hospedados num resort de luxo. Suas excelências participarão de um seminário sobre "ética nos relacionamentos de saúde", um evento patrocinado pelas seguradoras Amil, Golden Cross, Assim, o laboratório Fleury e pela Federação Nacional dos Seguros (Fenaseg).

No site da Mútua dos Magistrados, organizadora do evento, metade do texto explicativo sobre o seminário é dedicado a descrever as maravilhas do local: "um cenário exuberante de 21 quilômetros de praia cercado por coqueiros centenários, jardins tropicais e natureza preservada".

Em setembro, o procurador Eduardo Lorenzoni, do Conselho Nacional de Justiça, apresentou uma proposta ao órgão proibindo juízes de aceitar presentes de partes interessadas em suas decisões. A sugestão deveria ter sido apreciada em 30 dias, mas até hoje continua em tramitação.

Sempre que espocam casos assim os juízes sacam a mesma defesa: os seminários são importantes para que haja reciclagem sobre determinados assuntos. Beleza. Mas por que essa reciclagem não pode se dar, por exemplo, num auditório do próprio Judiciário? Por que eles sempre ocorrem em hotéis paradisíacos, não raro fora do Brasil?

 

Fonte: Veja On-line, Radar On-line, Lauro Jardim, 8/11/2006.

 


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