Governo oferece pequenos mimos em negociações em separado para quebrar unidade entre entidades

 
A quem interessa
dividir os docentes das universidades brasileiras?
  

PARA APROVAR suas reformas neoliberais, o governo Lula têm investido na divisão dos trabalhadores, sobretudo nos do serviço público federal. Os que acompanharam as negociações salariais do funcionalismo em 2004 testemunharam as artimanhas do governo, oferecendo "pequenos mimos" em negociações em separado para quebrar a unidade das entidades. Foi o caso da extinção da GID para os docentes de carreira de 1o e 2o graus, negociada com o SINASEFE em separado, por exigência do MEC, e a manutenção da GED para os docentes de ensino superior.

Da mesma forma, para aprovar a sua reforma universitária, o governo precisa dividir os docentes das Instituições Federais de Ensino Superior - IFES. Para isso, articulou-se com a chapa perdedora da última eleição para o Andes-SN e participou fortemente da criação do PROIFES. Além disso, o governo tem insistido em afirmar que o ANDES-SN não está aberto à negociações, mesmo sabendo que o sindicato esteve em todas as mesas de negociação salarial do ano passado, apresentando propostas e flexibilizando posições, assim como está integrando o GT que deveria discutir as gratificações e a carreira. O que incomoda não é o fato de o sindicato "não negociar", mas sim o fato de que o ANDES-SN negocia respeitando sempre suas instâncias deliberativas de base e se nega a representar o governo junto aos docentes, insistindo em seu papel de representar os docentes junto ao governo.

Essa postura parece incomodar até o Presidente Lula que afirmou no discurso de anúncio da implantação de nova carreira para a FASUBRA: "Foi o primeiro ano na nossa história republicana em que houve um amplo acordo coletivo entre os servidores públicos brasileiros e o governo, assinado por todos os sindicatos - com exceção dos companheiros da Andes [Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior]". (Boletim Carta Maior, 17/01/2005).

A corrente Andes-AD acredita que, neste momento em que a Universidade Pública constitui alvo preferencial das políticas neoliberais do governo Lula da Silva, com ataques deliberados e sistemáticos, não podemos correr o risco de cair em armadilhas que nos desviem de nossos objetivos maiores: a defesa da Universidade Pública e das condições de trabalho dos docentes.

Tentam criar entidade paralela para confundir categoria

O ANDES-SN é o espaço de expressão da unidade democrática e instrumento de luta do movimento docente, cujas experiências produzidas na sua base nacional incluem os docentes das IFES (Federais), das IEES (Estaduais) e IPES (Particulares) e, portanto, deve seguir com sua autonomia e independência frente a partidos e governos para enfrentar o projeto de destruição dos direitos da classe trabalhadora deste país e defender a universidade pública e gratuita! 

Fonte: Fala Graúna, nº 1, 02/2005.


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