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Agência oferece programas de bolsas individuais no Brasil e exterior

Graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado... Vida de pesquisador não é nada fácil mesmo! O caminho é longo e muito árduo e, nem sempre, é possível cumprir toda esta caminhada e alcançar a linha de chegada. Muitos precisam abandonar o barco no meio da trajetória. E não é por falta de dedicação. O principal motivo é a ausência de dinheiro. Mas, existem alternativas para driblar este empecilho. O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) - instituição ligada ao MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) -, por exemplo, mantém uma série de programas de bolsas individuais voltados a pesquisadores.

Atualmente, a agência é considerada uma das maiores de fomento à pesquisa e à formação de pessoal de nível superior do Brasil. Para se ter uma idéia, em 2005, financiou cerca de 51.753 bolsistas. Este ano, segundo a assessoria de imprensa do CNPq, há expectativas de aumento nos números de bolsas concedidas. O principal objetivo é contribuir para o desenvolvimento da produção científica e para o crescimento do país.

São oferecidos dois tipos de bolsas: de formação e de pesquisa. A de formação é destinada a quem ainda está estudando, ou seja, aos graduandos, mestrandos e doutorandos. Já a de pesquisa é voltada àqueles que já são doutores e estão desenvolvendo novas pesquisas. E além de fomentar a pesquisa e a formação em território nacional, o CNPq também oferece bolsas para desenvolvimento de pesquisa ou estudos no exterior. (Confira no quadro ao lado as modalidades de cada um dos programas)

As bolsas do CNPq não são reembolsáveis e os candidatos aprovados recebem um auxílio financeiro mensal para permitir a dedicação exclusiva ao desenvolvimento de pesquisas ou à formação acadêmica. Além disso, as bolsas no exterior compreendem passagens aéreas, auxílio-instalação, auxílio seguro-saúde e taxas escolares, de acordo com as especificidades da modalidade.

Como participar

O primeiro passo para quem deseja pleitear uma bolsa pelo CNPq é identificar a opção que melhor se encaixa a seu perfil e necessidade. Depois de escolher uma modalidade, é importante observar com atenção os prazos, pré-requisitos e documentos necessários para a inscrição e para o envio do projeto. Vale lembrar que as propostas que não estiverem completas no momento da inscrição e que não respeitarem os prazos estabelecidos são automaticamente canceladas.

A próxima etapa é elaborar, no formato pré-estabelecido pelo CNPq, o projeto de pesquisa. "Esse é um dos processos mais difíceis e que demanda um tempo maior e uma atenção redobrada do candidato", afirma a professora da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG (Universidade Federal de Goiás) e ex-bolsista da agência de fomento, Adriana Fernandes. É aí que muitas pessoas acabam sendo reprovadas. O segredo, de acordo com a professora, está na leitura do edital do programa, onde há todas as orientações necessárias para se elaborar um projeto.

Qualquer erro, inclusive os de grafia, pode comprometer a classificação no programa. Por isso, é recomendável que os candidatos consultem profissionais especializados na área da pesquisa de interesse para a construção do projeto e revisores para a edição final do trabalho. "É ideal que várias pessoas possam ler o esboço para contribuir com idéias e apontar problemas e pontos em conflitos. Os cuidados com a formatação e com a Língua Portuguesa são fundamentais", garante Adriana.

Avaliação dos projetos

Como a demanda por bolsas é bastante superior à oferta, o nível de exigência dos candidatos tem sido cada vez mais alto. Segundo o CNPq, os pesquisadores precisam ter vocação para a busca do avanço do conhecimento, se dedicar ao desenvolvimento da pesquisa, ter iniciativa, independência, curiosidade e desprendimento. Além disso, são analisados durante o julgamento das propostas a qualidade da formação e atividades científicas desenvolvidas pelo candidato.

Um outro critério de seleção bastante significante é o tema do projeto de pesquisa. Além de inovador, precisa ter relevância, fundamentação teórica e adequação metodológica. Este foi o principal fator que fez o pesquisador Alan Miranda Monteiro de Lima ser contemplado pelo CNPq com uma bolsa de pós-doutorado na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). "Muito mais do que inovador, o projeto precisa ter uma aplicabilidade prática", afirma. "O que não quer dizer que os projetos reprovados sejam ruins ou que não sejam inovadores. O problema é que não existe bolsas suficientes para contemplar todos os projetos de qualidade".

Mas não só o pesquisador e o tema são analisados durante o julgamento do projeto. A qualidade da instituição de ensino e a qualificação do orientador também estão em jogo. E se a seleção é para uma bolsa no exterior, só serão aprovados os projetos que não têm condições de serem realizados no Brasil. Além disso, os candidatos precisam ter fluência no idioma do país de destino.

E tem mais um ponto: os critérios de avaliação são subjetivos e variam de acordo com a perspectiva do avaliador. No caso de Fernanda, o mesmo projeto de doutorado no exterior na área de Etnomusicologia aprovado pela CNPq foi reprovado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). "O avaliador precisa ter empatia pelo tópico. Tem toda uma questão pessoal envolvida na avaliação", pontua.

 

 

Fonte: UniversiaBrasil, 26/07/2006.


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