Preparem as malas!
 

Reitores assinam convênio para promover intercâmbio entre estudantes de universidades federais  

As universidades federais brasileiras querem dar outro motivo para os vestibulares serem cada vez mais concorridos. O segredo está no novo tipo de profissional que elas querem formar para o mercado. Ele terá no currículo qualidades como consciência da realidade sóciocultural do país e domínio das tecnologias mais modernas na área em que pretende trabalhar. Para isso, os reitores das 53 instituições federais de ensino superior uniram forças e criaram o Programa de Mobilidade Estudantil.

Ele prevê, por exemplo, que um estudante de agronomia da Universidade de Brasília (UnB) faça algumas disciplinas que existem somente na Universidade Federal de Viçosa, uma das mais tradicionais nessa área. Atualmente, as universidades só aceitam transferências definitivas de universitários vindos de outras instituições federais e, mesmo assim, depois de passarem por um difícil processo seletivo.

A idéia de criar a modalidade temporária partiu dos reitores incomodados com a existência de programas de estudos avançados para os estudantes apenas no exterior. A partir de agora, eles não vão precisar de passaporte para incrementar o currículo com matérias diferentes e modernas.  A Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) promoveu, este mês, a assinatura do documento em que todos os reitores se comprometem a oferecer a modalidade de transferência temporária a partir do próximo semestre. O aluno terá direito a ficar no mínimo um semestre e, no máximo, três em outra universidade. As disciplinas cursadas fora serão computadas no histórico escolar como obrigatórias ou optativas. ‘‘É importante que os universitários aproveitem bem essa oportunidade para aprender diferenças culturais e abrir a cabeça. Não vai ser um turismo", alerta Vilela. Cada uma das instituições terá liberdade para definir as principais regras do programa. Elas não serão obrigadas neste primeiro ano a oferecer alojamento ou bolsa para o aluno visitante. Mas a UnB já pensa no assunto. Desde 1986, ela aceita estudantes de outras universidades que queiram passar uma temporada na capital do país ampliando os horizontes. Eles têm direito a concorrer a uma vaga na Casa do Estudante e contam com descontos especiais no Restaurante Universitário. ‘‘Existem convênios com as federais do Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro, Goiás e Bahia. Com o programa da Andifes, faremos novas parcerias e tornaremos a ida dos nossos estudantes para fora mais freqüente", acredita Timoty Mulholland, vice-reitor da UnB.

Este ano, seis universitários de fora conseguiram vaga temporária em Brasília. David Marques, 20 anos, é um deles. Estudante de medicina na Universidade Federal do Maranhão, ele veio para a UnB atraído pela excelência técnica e científica. ‘‘O único problema daqui é que o contato com o paciente é bem mais restrito. Mas vale a pena".
 

Regras

A primeira versão do Programa de Mobilidade Estudantil prevê alguns pré-requisitos necessários para os universitários que pretendem estudar por pouco tempo em outra universidade federal. São eles:
 

  • Ter completado o ciclo básico de matérias. Alunos matriculados no primeiro ano do curso não poderão participar do programa.
  • Concordar em passar de um a três semestres, no máximo, em outra universidade.
  • Ter condições financeiras para o sustento próprio durante a temporada em outra cidade (regra que poderá mudar com a criação de bolsas ou realização de parcerias).
  • Observação: Até o segundo semestre, as universidades terão liberdade de apresentar regras próprias para o programa.

 

Fonte: Correio Braziliense, 13/05/2003 -  Juliana Cézar Nunes - Brasília DF



 

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