Brasil integra rede mundial para prever desastre natural 

  

Objetivo da rede é vigiar a Terra em busca de sinais de desastres naturais como
tsunamis, furacões e grandes enchentes

Um grupo de 11 países, entre os quais o Brasil, quer implantar até 2016 uma espécie de "Big Brother" planetário, cuja meta é vigiar a Terra em busca de sinais de desastres naturais como tsunamis, furacões e grandes enchentes e prever esses eventos com o máximo de antecedência.

O projeto, batizado de Geoss (Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra), foi apresentado conjuntamente por brasileiros e americanos nesta semana, no RJ.

O país vai participar por meio do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

"É um dever do nosso país monitorar a floresta amazônica, o Pantanal e o cerrado, mas temos um orçamento limitado para isso. Um país como o Brasil tem de ter prioridades. No Geoss, há um benefício claro ao podermos utilizar informações resultantes do investimento de outros países", afirmou o diretor do Inpe, Gilberto Câmara.

"O Brasil vai colocar uma parte e receber mais do que colocou." A intenção é que o sistema reúna todos os dados meteorológicos e geológicos colhidos por satélites, bóias, sismômetros e outros dispositivos.

Hoje, essas informações estão dispersas, mas com o projeto elas poderão ser integradas de forma a gerar previsões detalhadas.

A coordenação do Geoss ficará a cargo da Noaa (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), agência do governo americano. Seu diretor, Conrad Lautenbacher, veio ao Rio para defender o projeto.

Os primeiros sistemas do Geoss a entrarem em operação serão os de detecção de tsunamis (em 2007) e de controle de epidemias tropicais (em 2008).

Estima-se que, só entre 1990 e 1999, 500 mil pessoas tenham morrido no mundo em decorrência de desastres naturais. O dano econômico no mesmo período ficaria em torno de US$ 750 bilhões.

 

Fonte: Folha de S. Paulo, 26/8/2006


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