Universidade pública perde R$ 200 milhões

 

Corte no orçamento do Ministério da EduCação, para 2004, aumenta crise nas instituições de nível superior  

Um corte de R$ 200 milhões no orçamento da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC) para 2004 é o mais novo elemento da crise que assola as universidades públicas brasileiras. A verba seria usada em programas de modernização de bibliotecas, informatização, construção de laboratórios, recuperação de equipamentos e na compra de aparelhagem para hospitais universitários, na tentativa de melhorar a qualidade dos cursos de graduação. O Ministério do Planejamento não se comoveu com as explicações de que, sem investimentos desde 1998, a graduação brasileira começa a dar sinais de sucateamento e a caminhar em direção ao colapso que se abateu sobre o ensino básico público. A informação é do diretor do Departamento de Projetos Especiais da Sesu, Waldemiro Gremski, que participou ontem, em Belo Horizonte, da reunião do Fórum de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras (ForGrad). Os pró-reitores discutem a elaboração do Plano Nacional de Graduação que vai traçar as diretrizes e os programas prioritários para o nível de ensino, como os critérios para abertura de novos cursos, currículo e infra-estrutura mínimos, projeto político-pedagógico, perfil do profissional a ser formado, as condições de ensino e aprendizagem, interface com o ensino básico e relevância para a sociedade. "A inexistência do plano da graduação limita investimentos nesse nível de ensino, porque, se não definimos as prioridades, não temos força para lutar por financiamento. A pós-graduação tem sua agência reguladora, que define as prioridades. Sofre com a falta de recursos,  mas não chega no zero. O ensino básico já faliu. A graduação está indo pelo mesmo caminho. Daqui a pouco teremos profissionais pós-graduados com uma formação medíocre", avalia o coordenador de Relações Acadêmicas da Sesu, Sérgio Paulo Moreira. O presidente do ForGrad, Roberto Quental, acredita que a participação de representantes do MEC na discussão do Plano Nacional da Graduação, que acontece pela primeira vez desde que o fórum foi criado, em 1998, é sinal de que haverá investimento na consolidação da graduação. "Os pró-reitores querem trabalhar em parceria com o MEC. O anúncio do corte no nos deixa preocupados, mas mais motivados a formatar esse plano, para que a graduação tenha o reconhecimento devido", avalia.  

 

Fonte: Estado de Minas, 23/9/2003 – BH, MG .


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