Verba para federais demora

 

Não há recursos. A frase, repetida pelo ministro da Educação, Cristovam Buarque, e pelo vice-presidente da República, José Alencar, em visita às universidades mineiras, não foi recebida como um anúncio de maus tempos pelos reitores que receberam a visita dos representantes do governo federal ontem. Os dirigentes manifestaram compreensão com a situação economica desfavorável no primeiro ano de mandato, mas acreditam que a simples visita já é um sinal de que o governo volta a se importar com as federais. Cristovam Buarque reconheceu que as universidades públicas estão com graves problemas financeiros que prejudicam a manutenção da excelência. Temos o compromisso de pagamento dessa dívida, de valorizar esse patrimônio que estava sendo depredado , assegurou, na UFMG. Mas pediu paciência. Nada será feito num passe de mágica, de um ano para o outro. Mas será feito , assegurou.

Para o ministro, o papel das universidades federais é de redução das desigualdades sociais. "Gastamos R$ 250 mil para educar filhos da classe média e apenas R$ 3 mil com a educação dos filhos dos pobres. Não é República uma nação com essa desigualdade", afirmou. Os gastos referem-se ao tempo em que os jovens pobres e de classe média permanecem na escola, já que os primeiros não costumam terminar o ensino fundamental. A UFMG respondeu com a disposição de aumentar o número de estudantes carentes na universidade, expandindo o número de cursos no período da noite, tradicionalmente procurados por jovens egressos da rede pública. Mas serão necessários alguns instrumentos, como a contratação de professores e servidores para trabalhar nesse turno e verbas para a assistência estudantil , defendeu a reitora Ana Lúcia Gazolla.

O vice-presidente José Alencar defendeu a redução de um ponto percentual na taxa de juros para gerar recursos aproximados de R$ 9 bilhões por ano para investimentos sociais, incluindo as universidades. Os países asiáticos só saíram de uma crise muito mais grave do que a nossa porque investiram pesadamente em educação. O Brasil precisa ser competitivo no mercado internacional, e somente o será se tiver pessoas competitivas, ou seja, educadas , afirmou.

 

 

Fonte: Estado de Minas, 15/05/2003 - Belo Horizonte MG



 

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