Bolsonaro precisa de escolta para sair de palestra em universidade

Deputado foi hostilizado por estudantes. Vídeo mostra segurança supostamente armado
 

Rio - Após palestra na manhã desta segunda-feira na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, o deputado Jair Bolsonaro (PP) precisou de escolta policial para deixar a instituição, após protestos de estudantes. Uma viatura da Polícia Militar foi chamada para conter estudantes, que dirigiam ofensas ao deputado e gritavam que Bolsonaro "não os representa".

O evento foi realizado na faculdade de direito. Dentro auditório onde a palestra aconteceu o clima já teria sido tenso. Segundo Bolsonaro ele "vendeu o que tinha que vender", apresentando seus argumentos contra a possível implementação do programa contra homofobia nas escolas primárias, o que ele chama de 'kit gay 2'. No auditório ele sido impedido de sair e levado cusparadas de um grupo de estudantes.

Na saída, do lado de fora do prédio, um ato de protesto acabou sendo realizado por vários alunos. Depois de alguns minutos de tensão, um táxi foi chamado e antes de entrar no carro, Bolsonaro, ironicamente, acenou e mandou beijos para os manifestantes.  Ele não conseguiu deixar o local, já que manifestantes teriam deitado na frente do veículo.

Junto com o deputado, um segurança entrou no veículo. Um vídeo publicado no Youtube mostra o momento em que o homem guarda o que seria uma arma (minuto 3'57 do vídeo), antes de entrar no veículo. Bolsonaro não confirma que estava no local com um segurança armado. "Vi o vídeo e parece que é uma arma, mas, se é mesmo eu não sei, as imagens precisam ser periciadas. Mas, se ele estava armado, garanto que todo mundo que anda comigo tem porte de arma".

Apenas cerca de um hora depois do fim da palestra, Bolsonaro conseguiu deixar a UFF, dentro de uma viatura da Polícia Militar.

Polêmicas acumuladas

Jair Bolsonaro tem se notabilizado, principalmente, por apresentar posições polêmicas em temas como homofobia, preconceito racial, sexismo, cotas raciais e defesa da tortura e do regime militar no Brasil. Ele cumpre sua sexta legislatura na Câmara dos Deputados. Em março de 2011, acabou gerando mais repercussão ao conceder entrevista ao programa CQC, da Band, onde se posicionou contra os movimentos que fazem "apologia" à homossexualidade e à bissexualidade. Disse que seu filho, com "boa educação e um pai presente", "não corre o risco" de se tornar homossexual, e que desfiles gays são "promoção de maus costumes".

A OAB-RJ chegou a anunciar que encaminharia pedido de cassação do mandato de Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar, justificando que as declarações do deputado do Partido Progressista são "inaceitavelmente ofensivas pois têm um cunho racista e homofóbico, incompatível com as melhores tradições parlamentares brasileiras".
 

Fonte: O DIA

 


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