Campus de Petrolina paralisa atividades em decorrência da falta de professores


Protesto é acompanhado pelo corpo docente

Os professores do campus da Universidade de Pernambuco (UPE) em Petrolina decidiram, em assembleia convocada pela Associação dos Docentes da UPE – Seção Sindical do ANDES-SN, apoiar o movimento deflagrado pelos estudantes em decorrência dos problemas estruturais vividos pelos cursos daquela unidade, notadamente a falta de professores.

As aulas da faculdade estão suspensas desde quinta-feira (01/09). A paralisação de 48 horas foi decidida nas assembléias dos estudantes realizadas na quarta feira. “Esta é a forma que encontramos de atrair a opinião pública e chamar a atenção do governo para um problema que se arrasta há muito tempo”, explicou a presidente do Centro Acadêmico de História, Camila Roseno.

A decisão de acompanhar o protesto dos estudantes foi tomada pelos professores durante a assembleia da categoria, realizada na noite da quarta-feira (31/08). A assembleia foi conduzida pelos professores Carlos Lago e Itamar Lages, respectivamente presidente e vice-presidente da Adupe, além do representante da entidade no campus de Petrolina, Carlos Romeiro Pinho.

Problemas

A principal queixa dos alunos do campus da UPE em Petrolina diz respeito à falta de professores. A deficiência é confirmada pelo corpo docente e pela própria diretora do campus, Socorro Ribeiro.

De acordo com levantamento feito pelo professor Moisés Almeida, do curso de História, muitos cursos da FFPP funcionam com apenas 50% das disciplinas. Cerca de 142 disciplinas não contam com professores.  Um dos cursos que mais sofrem com o problema é o de Geografia, que passou o semestre inteiro sem docentes. “O semestre já está comprometido na maioria dos cursos. Essa é uma questão séria, que diz respeito a todos nós, alunos e professores”, ressalta.

Contratos temporários

O recente processo de seleção simplificada adotado pelo Governo para resolver a situação do campus de Petrolina não atendeu as expectativas das necessidades na unidade local. Das vinte e sete vagas oferecidas, metade não foi preenchida, prejudicando o semestre de oito cursos de educação e saúde.

Segundo o vice-presidente da Adupe, Itamar Lages, o problema da falta de professores enfrentado pela FFPP é o mesmo da maioria das unidades da UPE. “Soluções paliativas como a contratação de professores substitutos não só não resolvem como agravam ainda mais o problema. Um professor que é contratado por apenas dois anos tem a mera obrigação de dar aula e não tem, necessariamente, um compromisso com a Universidade. A universidade requer compromisso de futuro e isso passa pela contratação em regime estatutário e pela dedicação exclusiva”. Ressaltou.

Carlos Lago, por sua vez, lembrou que a substituição dos professores temporários por professores efetivos vem sendo pauta de luta da Adupe há vários anos. “O governo prefere apostar nesse regime precário de contratação e agora a Universidade começar a sofrer as conseqüências disso”. Frisou.

Quem também defende o fim das contratações simplificadas de professores é o presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Pernambuco (DCE/UPE), Tiago Paraíba, que participou das assembléias dos discentes em Petrolina. “Precisamos de professores compromissados com a universidade. Esse modelo de seleção simplificada significa a terceirização do ensino público”, disse.

CONSUN

Como forma de marcar a posição da Adupe, os representantes da entidade junto ao Conselho Universitário decidiram que votarão sempre contrários a homologação dos processos de contratação precária de professores. “É preciso que o governo entenda de vez que esse modelo de contratação simplificada de professores está inviabilizando o ensino na maioria das unidades da UPE”, diz Itamar Lages.

Na tentativa de encontrar uma solução para o problema vivido pelo campus de Petrolina, a Adupe está viabilizando um encontro das representações estudantis e de professores com o reitor Carlos Calado, além de audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir a questão.

 

Fonte: Adupe - Seção Sindical

 


Coletânea de artigos


Home