Novo governo mantém política macroeconômica e sinaliza com medidas que atingem o serviço público

 

 

“Novo governo mantém política macroeconômica e sinaliza com medidas que atingem o serviço público”, diz Marina Barbosa Pinto. Em entrevista, a presidente do ANDES-SN (biênio 2010/2012) comenta as expectativas da Diretoria para o 30º Congresso, bem como explicita os desafios que o Sindicato Nacional tem que enfrentar nos próximos anos.

  Foto: Najla Passos/ANDES-SN
Marina Barbosa Pinto

- Quais são as expectativas da diretoria do ANDES-SN para o 30º Congresso?

Este congresso é muito importante porque marca os 30 anos de existência do Sindicato Nacional e nele discutiremos, com base na trajetória de luta traçada até aqui, as ações deste novo ano que se inicia. O debate no encontro deverá ser ainda mais rico e aprofundado, pois temos  expectativa de uma grande presença de delegados e observadores. É um momento delicado para o movimento sindical, com um novo governo que confirma a política macroeconômica desenvolvida pelo governo anterior, aumentando os juros e retirando crédito do mercado. Um governo que já sinalizou com medidas que atingem o serviço público, como a criação da empresa hospitalar, e mantém o favorecimento do empresariado em detrimento dos trabalhadores, como no caso do salário mínimo.

Mas os desafios do momento nos exigem sabedoria e capacidade política. E o ANDES-SN tem se pautado pela atuação na base para discutir os temas de interesse dos docentes e, também, pela construção da unidade com outros setores, como já está em curso com os servidores públicos federais na preparação de uma campanha unificada com ação nacional em Brasília, no dia 16, e com demais segmentos sindicais, estudantis e populares na luta por salário, serviço público, aposentadoria e direitos dos trabalhadores, com a construção de outra ação nacional mais no fim do mês. Então, nossa expectativa é que sejamos capazes de produzir as melhores resoluções de ações para que possamos estar a altura da defesa da educação pública como um direito de todos, da valorização do trabalho docente e da unidade de ação em defesa dos direitos de todos os trabalhadores do país. 

- Dos temas propostos para discussão neste congresso, quais são os mais importantes para a categoria, para os trabalhadores em geral e para a sociedade brasileira?

Centralmente nossa tarefa é construir um plano de lutas que, respeitando as particularidades de cada setor presente no sindicato (federais, estaduais e particulares),  unifique a luta nacional em nossa base pela valorização do trabalho docente e da educação pública.  Evidentemente, neste congresso, discutiremos melhores formas de construir nossa intervenção sindical junto a nossa base e também definiremos estratégias para responder aos interesses dos docentes. É neste campo que se inserem as discussões sobre carreira docente e política de comunicação. “Aprovaremos uma nova uma política de comunicação para fortalecer o sindicato. Ao que tudo indica teremos presença massiva, o que irá colaborar muito para o plano de ação para 2011.

Também discutiremos a organização em nossa base para enfrentarmos o divisionismo promovido pelos setores que acham que o sindicato deve atuar de modo pragmático, a serviço da obtenção de qualquer resultado a qualquer custo, entendendo negociação como rebaixamento de reivindicações. Portanto, as definições sobre nosso estatuto como expressão de nossa forma organizativa será um tema muito importante.

Além disso, temos a discussão em torno da organização dos trabalhadores num novo instrumento, que é a CSP-Conlutas, forma organizativa que se constrói na perspectiva  de potencializar a luta pelas reivindicações imediatas dos trabalhadores e contribuir para a luta mais geral de ruptura com a ordem instituída. Espaço este que o ANDES-SN foi e é protagonista.

- O que é o ANDES-SN hoje, às vésperas de completar 30 anos, e qual ANDES-SN os docentes pretendem construir para os próximos 30 anos?

O 30º Congresso será um momento muito especial para revermos o quanto o nosso sindicato tem contribuído para a luta em prol de uma educação pública e gratuita e o quanto nossas realizações passam sempre pelas relações dos trabalhadores em uma perspectiva social classista, democrática e libertadora.

Nosso congresso tem o desafio de olhar para trás e reconhecer-se no presente, para definir como construirá seu futuro, reafirmando seu compromisso com os docentes e suas demandas e com a luta pela educação pública, como corolário de uma sociedade justa e democrática.

Fonte: ANDES-SN

 


Coletânea de artigos


Home