Precarização do trabalho docente e falta de estrutura da UFS são discutidas em Fórum
 

O presidente da Adufs (Associação dos Docentes da Universidade Federal do Sergipe), Antonio Carlos Campos, foi um dos palestrantes do I Fórum Acadêmico-Pedagógico do CECH, realizado entre os dias 10 e 12 de maio. Com o tema “Reestruturação de Universidades Públicas: aspectos políticos, pedagógicos e condições de trabalho”, Antonio Carlos participou dos debates da 1° mesa do evento, discutido a precarização do trabalho docente, tema bastante debatido pelo sindicato ao logo dos últimos anos.

“O sindicato recebe diversos professores alegando problemas de saúde como stress, fadiga e problemas cardíacos por conta da abusiva quantidade de trabalho, muitas vezes tendo que lecionar para turmas com mais de 60 alunos. Popularização da UFS é diferente de abertura total. Hoje estamos pagando a conta. E com que qualidade iremos formar estes estudantes?” questiona o Antonio Carlos.

A resposta, para Antonio, é a uma formação precária dos alunos, que estarão formados para o mercado de trabalho, sem o devido conhecimento do contexto em que serão inseridos. Outro preço pago é a perda da autonomia da universidade frente as imposições do Reuni. “Índices de formação de 90% dos alunos ingressos, aprovação de alunos com faltas acima das permitidas, terceiras e quartas provas são apenas algumas das muitas imposições desta reforma, que prejudicam ainda mais a formação de uma universidade pública e de qualidade”.

Quando questionado sobre a ação do sindicato e se já foi encaminhado alguma reivindicação a reitoria da Universidade Federal de Sergipe, Antonio explica que no dia 6 de abril, a diretoria da Adufs se reuniu em audiência com o reitor Josué dos Passos Sobrinho. O presidente da Adufs ainda lembra aos docentes presentes que a pauta de reivindicações locais de 2011 está aberta a sugestões, sendo que ela será fechada no final de maio.

Confira a seguir a matéria sobre a audiência com o reitor da UFS:

Diretoria da Adufs discute a situação da UFS e entrega projeto de carreira do ANDES-SN ao reitor

No último dia 6 de Abril, representando a diretoria da Adufs, o presidente Antonio Carlos Campos (DGE) e a secretária Manuela Ramos da Silva (NSE) entregaram ao reitor da Universidade Federal de Sergipe, Josué dos Passos Sobrinho, a proposta de projeto de lei para reestruturação da Carreira Docente do ANDES-SN. Na ocasião, também foram discutidas as condições de trabalho dos docentes, a polêmica MP 520 e outros assuntos referentes à UFS.

Após a entrega do documento, Antonio Carlos explica que a proposta de carreira, desde sua elaboração, conteúdo e definitiva aprovação no 30° Congresso Nacional do ANDES-SN faz parte do plano de luta do setor das federais do sindicato nacional. Josué dos Passos se comprometeu a analisar a proposta na integra e discuti-la posteriormente.

Sobre as condições de trabalho e segurança

Manuela Ramos inicia a discussão sobre as péssimas condições de trabalho comentando a precariedade das salas de aula, a exemplo do calor em diversas delas devido ao péssimo estado dos ventiladores. Josué comenta que foi informado pela prefeitura que todos os ventiladores passaram por manutenção durante o recesso de carnaval, fato desmentido pelos representantes da Adufs. O reitor prometeu solicitar imediata manutenção dos aparelhos para a Prefeitura do Campus (Prefcamp).

Antonio Carlos continua o debate expondo as dificuldades dos portadores de necessidades especiais dentro do Campus São Cristóvão, pela falta de manutenção e implantação dos recursos de acessibilidade dos diversos setores da UFS. Josué explica que já foi iniciado um grande estudo para as demandas de acessibilidade do campus e que assim que concluído, as obras de adaptação dos prédios e passarelas terão início imediato.

Em seguida, Manuela comenta da falta de segurança do campus, expondo o problema sofrido por ela e seus alunos ao terem aulas no Auditório do Colégio de Aplicação (Codap) no semestre passado. Como as aulas do curso de Secretariado Executivo encerravam-se a noite, a falta de iluminação e segurança na área assustava a todos ao final da aula, sendo que os estudantes se uniam em grupos para irem as didáticas ou terminal de ônibus.

Ainda sobre segurança, os professores comentaram os diversos arrombamentos sofridos nos departamentos, como os mais recentes em Turismo, Geografia e História. Antonio Carlos explica que a atual medida adotada de fechar várias entradas dos prédios departamentais não aumentava a segurança, mas dificultava o acesso, em especial aos cadeirantes e idosos.

Quanto ao tema, Josué explica que com o crescimento da UFS aumentou o fluxo de pessoas dentro do Campus, o que acarretou no aumento dos incidentes com relação à segurança. Quanto às medidas tomadas, ele apresenta o sistema integrado de câmeras, que está em funcionamento e será expandido. O mesmo explica que com a construção da Didática VII e o recapeamento das ruas do campus haverá uma significativa melhoria na iluminação não apenas na área do Codap, mas em diversos setores.

Sobre o bloqueio aos acessos dos prédios departamentais, Josué expõe que é uma medida necessária para aumentar a segurança na área, mesmo que desagrade a muitos. Segundo o reitor, as pessoas precisaram se adaptar a tais medidas até que seja feita uma análise completa da situação.

Sobre o Resun

Quando questionado pelo presidente sobre a atual situação do Restaurante Universitário (Resun) como as condições do local, a alta demanda e a terceirização dos serviços, Josué explica que medidas estão sendo tomadas. “Quanto à terceirização dos servidores, isto é algo inevitável, uma vez que não é possível a realização de concurso público para funcionários de restaurante. Quanto à qualidade dos serviços, houve uma queda em decorrência ao grande aumento do número de usuários devido à expansão. Já está planejada uma ampliação do restaurante, que será anunciada em breve, o que infelizmente acarretará na interrupção dos serviços” explica o reitor.

Sobre a MP 520

Antonio Carlos questiona a posição do reitor quanto a Medida Provisória 520, que trata sobre a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que se entende como um processo de privatização dos serviços dos HUs.

Para Josué é necessária uma adaptação dos HUs ao contexto atual. “Devemos reconhecer a situação dos hospitais universitários, que atualmente são grandes fornecedores de serviços, ao invés de apenas laboratórios de aprendizagem dos cursos da saúde, sendo geralmente insuficientes para a demanda. O que gera um impasse de quem deve gerenciar tais instituições: o MEC ou o Ministério da Saúde? Precisamos analisar muito bem a situação! Se a Empresa de Saúde não é a solução, precisamos encontra - lá. E rápido” aborda o reitor.

O mesmo explicou que estudará melhor o caso e continuará discutindo a situação nos conselhos.
 

 
 Por Octávio Ferreira

Fonte: Adufs Seção Sindical

 


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