Assembleia da UFRRJ aprova manutenção da greve

       

No dia 07/8, os professores da UFRRJ aprovaram a manutenção da greve da categoria na instituição, salientando que a paralisação tem como objetivo a luta por melhores condições de trabalho na Universidade, bem como a reestruturação da carreira e reajuste salarial.  A Assembleia Permanente, realizada no Gustavão, contou com a participação de 107 docentes, que após os informes iniciais, debateram sobre a atual conjuntura (a greve e acordo assinado pelo Proifes e pelo governo no último dia 3/8) e referendaram alguns encaminhamentos.

Para subsidiar as discussões, os representantes do Comando Local de Greve – CLG/UFRRJ redigiriam uma nota intitulada ‘Governo assina acordo com... o Governo: sobre a traição do Movimento Docente – o papel do Proifes na Greve de 2012’. Além disso, também foram disponibilizados para os presentes mais dois outros documentos: I) ‘Nota do Comando Nacional de Greve – CNG/ANDES-SN’, que contextualiza o surgimento do Proifes e demonstra que o presidente deste Fórum recebeu dinheiro do governo para elaborar estudo sobre a reestruturação da carreira dos servidores públicos federais; II) ‘Nota de esclarecimento da Assessoria Jurídica da ADUFF’, que explica que “o acordo firmado entre o Governo Federal e o Proifes, na negociação em curso, é um compromisso meramente político e moral, não tendo repercussão jurídica ou financeira até o final de sua tramitação legislativa”, sinalizando que as entidades sindicais, neste caso ANDES-SN e SINASEFE, devem continuar exigindo negociações com o governo.

A GREVE É FORTE

Os docentes avaliaram que o acordo do dia 3/8 contém, em essência, a mesma proposta que já havia sido rechaçada pelas assembleias de professores da base do ANDES-SN. No caso da UFRRJ, a categoria recusara a proposta governista dos dias 13 e 24 de julho, nas assembleias dos dias 19 e 25 do mês passado, respectivamente. Durante os informes, foi dito que, até o momento, das 59 universidades em greve, cerca de 40 instituições já realizaram assembleias e refutaram os termos do acordo entre o Proifes e o governo. A base do sindicato do governo, o Proifes, também tem recusado a proposta referendada pela entidade com o Ministério do Planejamento - MPOG, como evidenciaram as assembleias da Universidade Federal de Goiás e da Universidade Federal da Bahia. Esta última, recentemente, lotou um auditório com cerca de 400 docentes que disseram não aos termos do acordo entre Proifes e governo federal, sinalizando, inclusive, que não repassarão mais recursos ao sindicato chapa-branca.

Os professores entenderam que é hora de radicalizar a greve da categoria, exigindo do governo federal a retomada de negociações com o ANDES-SN.

ENCAMINHAMENTOS

Manutenção da greve docente na UFRRJ;

     1. Recomendar ao CNG/ANDES-SN que avalie a convocação do GT Verbas para que sejam feitos estudos que instrumentalizem a compreensão dos valores apresentados pelo governo federal neste acordo firmado com o Proifes, indicando as perdas salariais da categoria nos próximos três anos, conforme a proposta de parcelamento ofertada pelo MPOG.

     2. Recomendar ao CNG/ANDES-SN que, para ação futura, caso necessário, seja utilizado o Fundo Nacional de Mobilização para garantir o envio de mais professores à Brasília, com o intuito de iniciar e intensificar as ações no Congresso Nacional pela retomada de negociações entre o governo e o Sindicato Nacional.

     3. Encaminhar ao CNG/ANDES-SN que discuta e remeta para as bases a proposta de radicalização da greve: cancelamento do semestre letivo; boicote ao ENEM e à matrícula nas Universidades.

     4. Realizar um ato no dia 08/8, em frente ao P1, para publicamente interpelar a Administração Superior da UFRRJ para que se posicione sobre o ofício Circular nº 08/2012 GAB/SESU/MEC, publicado na Página Eletrônica da Rural em 6/8 corrente com o título: ‘MEC conclui negociações com docentes e inicia discussões com técnico-administrativos’ (http://www.ufrrj.br/portal/modulo/home/noticia.php?noticia=3138). Neste dia, o CLG/UFRRJ entregará um documento a Reitoria da Rural, exigindo, inclusive, que se reproduza a avaliação produzida pelo Comando Local de Greve sobre a atitude do governo que levou à assinatura do acordo com o Proifes.

     5. Publicizar documentos analíticos sobre a conjuntura de greve e sobre a proposta firmada pelo governo e pelo Proifes.

     6. Recomendar ao CNG/ANDES-SN que elabore uma denuncia sobre as práticas anti-sindicais do governo federal à Organização Internacional do Trabalho – OIT.

     7. Elaborar Moção de Repúdio à Diretoria do Colégio Pedro II e Moção de Apoio aos estudantes, professores e técnico-administrativos em greve na instituição.

     8. Envio dos seguintes delegados e/ou observadores, representando a UFRRJ, para o Comando Nacional de Greve/ANDES-SN, em Brasília: Alexandre Mendes, Ana Maria Marques, Andrey Cordeiro, Antônio Mayhé, Graciela Garcia, Luciano Alonso e Luis Mauro S. Magalhães.

 

 
 

 

 

 


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