Reunião debate os rumos da greve das federais e as condições de trabalho nos campi da UFRRJ em Três Rios e em Nova Iguaçu
 

No dia 29 de agosto, os professores que integram o Comando Local de Greve na UFRRJ estiveram nos campi da instituição em Três Rios e em Nova Iguaçu para uma reunião ampliada com a comunidade universitária. Foram transmitidos os informes sobre os últimos acontecimentos da greve das Federais e apresentados os encaminhamentos do Comando Nacional de Greve / CNG – ANDES sobre a necessidade de intensificar a paralisação e fortalecer a luta, pressionando o governo a reabrir as negociações. O CNG protocolou no MEC e no Ministério do Planejamento, no último dia 23/8, a contraproposta elaborada pelos docentes e aprovada em suas assembleias. Os grevistas aceitam flexibilizar o percentual entre os steps (de 5% para 4%) e os valores nominais da tabela salarial, mas não negociam os conceitos e os princípios que norteiam a carreira docente defendida pelo ANDES - Sindicato Nacional.

O professor Luciano Alonso, Diretor da ADUR-RJ, esteve em Três Rios. Avaliou que o encontro foi muito positivo, sobretudo porque foi um consenso entre a categoria a necessidade de se intensificar o movimento paredista, que reafirmou a atualidade da pauta de reivindicações (carreira docente e condições de trabalho). Luciano Alonso ainda lembrou que enquanto a comunidade da UFRRJ estava reunida, os representantes do CNG participavam de audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado, solicitando que o governo retomasse o diálogo com os professores, suspenso no dia 1º de agosto, de forma unilateral pelo Executivo.

Durante a reunião, a comunidade fez uma retrospectiva do movimento, relembrando a passeata do dia 13 de junho (veja: http://www.revistaon.com.br/materias/8871/professores_e_alunos_promovem_manifestacao_em_tres_rios) e também o trabalho que deverá se intensificar sobre as condições de trabalho e ensino. Os professores do campus de Três Rios trabalharam, no início da greve, na produção de um dossiê, que foi encaminhado ao ANDES-SN e também à Reitoria da UFRRJ.

No documento elaborado é feito o destaque de que, embora esteja sendo utilizado, o prédio da Universidade em Três Rios ainda não foi concluído, mas já podem ser observados vários sinais da falta de cuidado na execução do projeto. Paredes foram remendadas por apresentarem rachaduras, devido à precoce deterioração, provavelmente pela má qualidade dos materiais utilizados na obra. Outros sinais de deterioração acelerada podem ser vistos nas rampas de acesso ao edifício: luminárias com defeito, pintura e reboco das muretas caindo, assim como rachaduras no piso (figuras a seguir).

Fotos do campus da UFRRJ em Três Rios: estado precoce de precarização pela baixa qualidade das obras, uma constante no REUNI.

A intransigência do governo também foi discutida pelos docentes, técnicos e alunos que participaram da reunião no campus da Universidade em Nova Iguaçu. Os professores Ana Maria Marques, Graciela Garcia e Luis Mauro Magalhães estiveram presentes pelo CLG/UFRRJ. Também estiveram presentes estudantes do Comando Local de Greve Estudantil de NI e do Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE). Os primeiros deram informes sobre as assembleias semanais que têm ocorrido no campus, onde a pauta local elaborada pela categoria tem sido debatida de modo a propor encaminhamentos para o movimento. Já o estudante Rafael Santos, delegado da UFRRJ no CNGE, relatou as reiteradas tentativas dos estudantes em Brasília para garantir reuniões junto ao MEC com o objetivo de discutir a pauta específica da categoria (que inclui a reivindicação de 10% do PIB para a educação já), salientando a intransigência do governo, que se recusa atendê-los.

Os estudantes apontaram muitos problemas ligados à precarização do campus Nova Iguaçu: falta de urbanização no entorno do prédio, o que causa não só dificuldade de acesso como também falta de segurança, principalmente para a comunidade que frequenta o local à noite; biblioteca com acervo insuficiente; Restaurante Universitário funcionando em horários reduzidos e com apenas duas refeições (apesar do campus possuir cursos matutinos, não é servido café da manhã). Lembraram também as dificuldades de locomoção entre os campi da UFRRJ, já que não existe nenhum ônibus que faça esse trajeto e essa é uma exigência antiga dos discentes. Já os docentes indicaram outros problemas, tais como: turmas superlotadas; falta de infraestrutura (o que ameaça à saúde do trabalhador); bem como o espaço físico insuficiente para acolher os 11 cursos de graduação, além dos de pós, que funcionam no prédio que foi projetado para receber menos da metade da demanda que possui hoje.

Devido à divulgação na mídia de grande circulação de que o processo de negociação com os professores foi concluído após a assinatura de um acordo entre o governo e o Proifes, no início de agosto, os estudantes apontaram muitas dúvidas decorrentes das informações contraditórias que recebem. Os integrantes do CLG/UFRRJ e do Comando Estudantil presentes esclareceram as dúvidas que se apresentaram ao longo das quase 3 horas de reunião.

Foi debatido ainda, pelos presentes, que o arranjo político entre o Proifes – Federação, que não tem representatividade junto ao Movimento Docente Nacional, e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão aprofunda a precarização da carreira e não repõe as perdas salariais dos últimos anos. Foi ressaltada a necessidade do movimento grevista apontar novos caminhos para a greve no pós 31 de agosto -- o que inclui uma maior pressão sobre o Legislativo para encaminhamento do projeto de carreira do ANDES-SN.

Em Nova Iguaçu, também foi considerada positiva a reportagem de capa no “Jornal de Hoje – O Diário da Baixada”, uma conquista do Movimento Estudantil local, publicada no dia 29 de agosto, que explicita as péssimas condições de trabalho no campus da UFRRJ na cidade, que teve ampla repercussão no local. A comunidade deste campus também produziu um dossiê denunciando o estado de precarização do prédio da unidade acadêmica, o qual foi incorporado ao dossiê geral de precarização da UFRRJ, já enviado ao ANDES-SN e à Reitoria.

Também no caso do campus da UFRRJ em Nova Iguaçu, chama atenção a presença de rachaduras em um prédio novo, as quais estão surgindo em diferentes pavimentos (departamentos, biblioteca, salas de professores, salas de aula). Tal fato tem trazido questionamentos por parte da comunidade acadêmica quanto à segurança e à integridade física de funcionários e estudantes, bem como acerca da qualidade do projeto e do material utilizados na obra. Fotos a seguir:

   
   

 

 


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