SINDICATOS DE SERVIDORES DENUNCIARÃO GOVERNO NA OIT

Entidades veem prática antissindical em decreto contra a greve
 

As assessorias jurídicas da Confederação de Servidores (Condsef), Sindicato dos Trabalhadores de Agências Reguladoras (Sinagências), Federação de Sindicato de Trabalhadores em Saúde, Previdência e Trabalho (Fenasps) e da Confederação de Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) estão unidas finalizando uma proposta de Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o Decreto 7.777/12 que permite a substituição de servidores grevistas por servidores estaduais, municipais e até o absurdo de aprovar contratação de terceirizados. A iniciativa do governo também será levada à Organização Internacional do Trabalho (OIT) como denúncia de prática antissindical.

Para as representações de trabalhadores, “o decreto é considerado inaceitável e uma tentativa arbitrária do governo Dilma de tentar acabar com o movimento legítimo de greve em curso.” A crítica também é dirigida ao fato de o governo continuar tentando cortar o ponto dos servidores em greve. Apesar de ter sofrido uma derrota no Distrito Federal, a partir de uma liminar conquistada pelo Sindsep-DF, a Advocacia Geral da União (AGU) está buscando rever a decisão tomada pelo judiciário local.

A orientação da Confederação e do Comando Nacional de Greve continua sendo a de manter a pressão total junto ao governo pela apresentação imediata de propostas concretas. As tentativas de retaliação à greve vão continuar sendo combatidas pelas assessorias jurídicas e as entidades vão continuar trabalhando para que nenhum servidor sofra qualquer tipo de prejuízo por participar de uma luta legítima e direito de todos os trabalhadores.

Histórica

A greve geral do setor público enfrentado pelo governo Dilma já é uma das maiores na história do movimento de luta dos servidores federais. A principal motivação do movimento é garantir a apresentação de propostas concretas à categoria. O atendimento das reivindicações mais urgentes, entre elas a reestruturação das carreiras no Executivo, é outro motivador do movimento. A meta é assegurar a apresentação imediata de propostas já que o governo tem até o dia 31 de agosto para encaminhar ao Congresso Nacional projetos de lei com previsão orçamentária para 2013.

Conforme as entidades sindicais, “os servidores querem ter a oportunidade de analisar as propostas para que haja possibilidade de se buscar um acordo nas negociações”. O maior temor é que se repita o que ocorreu em 2011 quando o governo enviou somente no dia 31 de agosto um projeto de lei ao Congresso que terminou se transformando na MP 568/12. A MP continha itens que sequer foram negociados com os servidores, um dos motivos que levou a medida a ter mais de 450 emendas anexadas na tentativa de corrigir os problemas que prejudicaram milhares de servidores.

Todas essas questões foram discutidas em reunião nesta quarta, 1º, em Brasília. Representantes de onze entidades que integram o Fórum Nacional em defesa dos servidores e serviços públicos com categorias em greve participaram de uma reunião na sede da Condsef, quando também avaliaram positivamente as recentes ações dos grevistas, como o Dia Nacional de Luta, na terça, 31 de julho.

 

Fonte: Condsef, 2/8/12.
Edição: Fritz R. Nunes (SEDUFSM)

 


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