Uerj sem limpeza

 


Banheiros do campus Maracanã na tarde desta sexta-feira, 19/10. Foto: Carlos Henrique

 

Os trabalhadores responsáveis pelos serviços de limpeza da Uerj estão com suas atividades paralisadas desde o dia 10 de outubro. Com mais de quinze dias de atraso nos seus pagamentos, apenas 12 dos 139 funcionários do setor no campus Maracanã revezavam-se, nesta sexta-feira, 19/8, nos turnos da manhã, tarde e noite. Segundo a supervisora do serviço, muitos destes trabalhadores já não têm mais dinheiro para se locomover até a universidade. A imprensa da Asduerj tentou  entrar em contato com o Sindicato que representa estes trabalhadores, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. 

Dívida da universidade com Construir estimada em 5 milhões

Segundo Julio Diniz, diretor-presidente da empresa Construir, que presta, entre outros, serviços de limpeza para a universidade, o governo não repassa os valores dos contratos há mais de quatro meses. “A dívida da universidade com a Construir está em torno de R$ 5 milhões”, estima. A empresa reclama, no entanto, o pagamento imediato de pelo menos R$ 377 mil reais , referentes a um mês do contrato. O diretor-presidente declarou ter tentado sem sucesso conversar com o reitor ou alguma autoridade da Uerj para intermediar a resolução do problema junto à Secretaria de Fazenda. “Havia a promessa da Universidade de que o pagamento seria regularizado no dia 15/10, mas isto não ocorreu”, declara. Diniz afirmou ainda ter pago este mês o salário de ascensorista da universidade e de trabalhadores da Construir no Hospital com reservas da própria empresa. “A situação é insustentável”, avalia. 

Relações da Uerj com Construir já duram mais de década

A Construir ganhou há seis meses uma nova licitação para prestações de serviços à universidade. Prolongou-se, assim, uma relação com a Uerj que o próprio diretor-presidente da empresa não se recorda quando começou. Um histórico que consta, além dos constantes atrasos de pagamentos sofridos pelos trabalhadores da empresa, a negociação para a obtenção do novo prédio do CAp, da qual também participou a empresa e foi questionada à época por parlamentares e pelo Ministério Público. 

Nota de apoio aos trabalhadores da Construir

A paralisação dos trabalhadores contratados pela empresa Construir  é legítima e necessária, pois estão sem receber seus salários. A Asduerj se solidariza e oferece seu apoio aos trabalhadores em greve. Exigimos que a reitoria da universidade interceda urgentemente para garantir os salários e reverter o estado de caos que a universidade se encontra sem limpeza já há mais de uma semana.

 

Fonte: ASDUERJ

 


Coletânea de artigos


Home