VITÓRIA DO MOVIMENTO GREVISTA UNIFICADO

Docentes, técnicos e estudantes bloqueiam P1 e exigem retratação da Reitoria
sobre nota do MEC e postura da ANDIFES

Nos dias 8 e 9 de agosto, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro foi palco de manifestações das três categorias em greve, estudantes, técnicos e professores. As atividades compõem os calendários de mobilização construídos pelo ANDES-SN e pela Fasubra, respectivamente os sindicatos dos segmentos docente e técnico-administrativo, convergindo com a orientação nacional dos três segmentos, de intensificação e de radicalização do movimento grevista.

Ontem, conforme indicado pelo CNG/ANDES foi Dia Nacional de Luta dos Docentes, para pressionar Reitorias para que se posicionassem, demonstrando respeito à categoria em greve. Esse encaminhamento foi aprovado pela Assembleia do dia 7/8, quando os professores expressaram sua indignação pela Administração Superior da UFRRJ ter publicado uma nota do MEC com informações distorcidas, que levavam à compreensão do final da greve. De acordo com o documento do Ministério da Educação, os docentes aceitaram o acordo firmado no último dia 3, pelo governo e o Proifes -- entidade que não representa a categoria docente. A divulgação desta nota do MEC pela Reitoria da UFRRJ desconsiderou os resultados das Assembleias de professores de diversas instituições do país, que majoritariamente refutaram os termos do acordo e aprovaram a intensificação da greve. Essa atitude motivou o ato do dia 8, quando, no período das 7h às 15h, foi impedido o acesso do Reitor, Vice-Reitora, Pró-Reitores, e assessores ao prédio principal da UFRRJ, conhecido como P1. O Reitor e a Vice-Reitora estavam em Brasília. Todos os outros integrantes da Administração Superior foram barrados pelo Comando Local de Greve. No entanto, a comunidade pode transitar livremente pelo prédio.

“Nossas condições para o desbloqueio do prédio eram: retirada do documento do Sesu/MEC da página eletrônica da Universidade, que deveria ser substituída pelas cartas de cada segmento, pelas quais eram explicitados os motivos da greve”, explicou o Professor Luciano Alonso, Diretor da ADUR-RJ.

 

A Reitoria retirou a nota do MEC e divulgou as notas dos Comandos Locais de Greve da UFRRJ, sendo estas: “A greve continua. O governo assina com o ... governo – o papel do Proifes na greve de 2012” (docentes); “Exigimos respeito e valorização” (técnico-administrativos); “Por que os estudantes brasileiros estão em greve?”. Antes de publicizá-los, entretanto, a Administração Superior, esclareceu que “reitera o seu compromisso em garantir a plena liberdade de expressão a todos os segmentos da comunidade. Da mesma forma, continuará divulgando, em todos os seus veículos de comunicação, informações sobre a Educação Superior Pública Brasileira”.

NOVO BLOQUEIO AO P1

Na manhã do dia 9, o acesso ao P1 também foi bloqueado, desta vez pelos técnico-administrativos que realizaram a assembleia da categoria no local. O Reitor, Pró-Reitores e assessores foram impedidos de entrar no local. Houve fala dos representantes dos professores e dos estudantes em apoio aos grevistas.

Os técnicos aguardam uma reunião entre os representantes da Fasubra e o governo, prevista para o dia 13 de agosto. Eles reivindicam reajuste salarial; racionalização dos cargos; reposicionamento dos aposentados; mudança do Anexo IV (Incentivo a Qualificação); devolução do Vencimento Básico Complementar Absorvido (Mudança na Lei da Carreira - 11.091/05); isonomia salarial e de benefícios entre os Três Poderes.

Ainda hoje, como mais uma atividade do Dia Nacional de Lutas dos Servidores Públicos Federais, entidades que representam o setor conduzem uma manifestação por melhores condições salariais e de trabalho, que lota a Avenida Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro.

 

APÓS ATO DOS GREVISTAS, REITORIA CONCLAMA GOVERNO À RETOMADA DE NEGOCIAÇÕES COM O ANDES-SN

Como resultado da pressão do movimento paredista na Universidade, a Reitoria da UFRRJ divulgou uma nota na manhã do dia 9/8, reafirmando a legitimidade da greve dos professores e técnicos, salientando que os Conselhos Superiores também reconheceram, conforme deliberações do CONSU e do CEPE, a justeza da paralisação iniciada no dia 17/5. Pelo mesmo documento, o Reitor conclama que o governo estabeleça negociação com o ANDES-SN, o SINASEFE e a FASUBRA, reafirmando que “carreiras e salários dignos são essenciais para contemplar o necessário profissionalismo que as Ifes necessitam para desempenhar plenamente a sua função estratégica para o país”.

 

 

 

 

 

 

 


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