Alunos ocupam reitoria da UFRRJ, em Seropédica

Estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) ocuparam o prédio da reitoria da instituição, na noite desta quarta-feira (13), em Seropédica. Eles querem chamar atenção para uma série de problemas vivenciados no campus, como assaltos e instalações deterioradas. Cerca de 150 alunos se revezam para manter a ocupação, que tomou os gabinetes do reitor e da vice-reitora, além da secretaria.

O coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Gustavo Azevedo, adiantou que os alunos só deixarão o espaço mediante um acordo em que a reitoria se comprometa a buscar soluções emergenciais para os problemas relatados pelos alunos. Além disso, os ocupantes exigem que o pacto seja formalizado na presença do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União, para que esses órgãos verifiquem a forma como o dinheiro público vem sendo empregado pela instituição e exijam uma auditoria na universidade.

 

O grupo produziu um dossiê, no qual lista os problemas e imagens que retratam a precariedade de alguns departamentos da universidade. O documento mostra laboratórios e instalações em completo estado de abandono, banheiros deteriorados e materiais, como pneus e vidros, descartados inadequadamente.

— As questões são graves. No que diz respeito à segurança, por exemplo, chegamos a ter um assalto por dia dentro do campus em determinadas semanas. E essa situação já vem se agravando há cerca quatro anos sem que nada seja feito. Além disso, estudamos em salas onde o teto ameaça desabar e sofremos com a falta de professores em vários cursos — relatou Gustavo.

A lista de reclamações também inclui problemas com o abastecimento de água, iluminação precária do campus e laboratórios malcuidados. Na manhã desta quinta, os estudantes entregaram uma pré-pauta com as principais reivindicações à direção da universidade. Um documento mais completo dever ser entregue no fim da tarde.

O reitor da UFRRJ, Ricardo Motta Miranda, está em Recife, participando de uma reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), mas já está ciente da ocupação. Ele informou que já deu início ao diálogo com os estudantes por meio de sua equipe.

— Vejo a mobilização como um ato político. Sendo assim, nos cabe praticar a democracia e não usar violência ou fazer qualquer tipo de impedimento. Vamos fazer uma negociação, iniciada na noite de ontem.

Sobre as reivindicações e críticas dos estudantes, o professor observou que a universidade atravessa um momento de expansão que exige altos investimentos. E, segundo ele, como acontece no serviço público em geral, colocar as propostas em prática significa passar por uma série de dificuldades e burocracias que demandam tempo.

— Temos problemas como todo o setor público. Para executarmos algumas coisas, gastamos um tempo razoável — pontuou o reitor, que retorna na noite desta quinta à Seropédica.

 

 

Fonte: Jornal Extra, Eduardo Vanini - O Globo, 14/3/13.

 


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