Brasileiros vão às ruas e manifestações devem ocorrer em centenas de cidades
 

Forte repressão policial causa indignação e aumenta a mobilização dos movimentos sociais em todo o país

A forte repressão policial, acirrada no último protesto contra o aumento do bilhete de transporte público realizado na quinta-feira (13) em São Paulo causou indignação e fez com que a população se organizasse em reação. A previsão é de que as ruas de mais de149 cidades brasileiras sejam tomadas por manifestações esta semana, de acordo com página no facebook que divulga os atos marcados no Brasil e em outros países – como, por exemplo, Estados Unidos, Japão, Espanha, Canadá, Alemanha, Austrália, Portugal - e somam ao menos 49 cidades que dão apoio internacional à situação vivida nos últimos dias no país.

Após a realização de atos contra o aumento no preço das passagens em vários estados, outros protestos também incorporam às reivindicações da população. Nos dias 13, 14 e 15 (sexta-feira, sábado e domingo) foram realizados atos da Jornada de Lutas “Copa para quem?”, em Brasília e no Rio de Janeiro, com forte repressão policial, que resultou em diversas prisões e muitos feridos.

A convocação emanada dos comitês organizativos e sua rápida disseminação pelas redes sociais mostra a indignação da população brasileira, que conta com apoio internacional, em relação aos atos de violência protagonizados pela polícia durante os protestos da última semana em várias cidades do país. Os atos explicitam também a revolta contra o aumento da tarifa do transporte público, contra os gastos para a realização da Copa do Mundo e a solidariedade às pessoas que participaram das últimas manifestações e foram vítimas de agressão policial e detidas durante os atos, numa clara demonstração da intenção, por parte dos governos, de criminalizar os movimentos sociais.

Para esta segunda-feira (17), três grandes atos estão previstos em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e em várias cidades brasileiras. Ao longo da semana, estão marcados protestos em outros estados e também em países que apoiam as manifestações no Brasil. A violência e a repressão aos manifestantes, sofridas também por jornalistas, denunciadas nas redes sociais e na imprensa, mostram a falta de preparo da polícia brasileira que, munida de cassetetes, bombas de gás lacrimogênio e armas de balas de borracha, coíbem os protestos com agressões e prisões dos participantes.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, o 5º ato local e o 3º ato nacional contra o aumento das tarifas estão previstos para as 17h, com concentração no Largo do Batata e na Candelária, respectivamente. Em apoio aos manifestantes de São Paulo e de todo o país, e juntamente com o movimento “Copa para Quem?”, haverá um ato na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com concentração no Museu da República às 16h. Nas redes sociais, os organizadores denunciam a falta de transporte de qualidade, da saúde, educação e moradia e mostram indignação à construção “de estádios superfaturados com o dinheiro público, que custam três vezes o previsto, como o Mané Garrincha em Brasília, que será utilizado em apenas três jogos”.

 “Em todo o país – Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e tantas outras cidades – as pessoas se levantam contra a violência policial, contra a repressão aos movimentos sociais, contra a corrupção e contra todos os desmandos e abusos da Copa do Mundo no Brasil, que serve a muita gente – políticos, empresários, Fifa, empreiteiros – menos a quem mais precisa. Enquanto isso, mais de 200 mil pessoas estão ameaçadas de expulsão de suas casas para a construção das obras”, diz a publicação que convoca a população para a manifestação na Capital Federal.

 

 

Fonte: ANDES-SN, 17/6/13.

 


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