Carta à Pró-reitoria de Assuntos Financeiros

 

ESTÃO SENDO NEGADOS AOS TRABALHADORES E ÀS TRABALHADORAS TERCEIRIZADOS(AS) DA UFRRJ SEUS DIREITOS TRABALHISTAS FUNDAMENTAIS

Segundo nota emitida pela Pró-Reitoria de Assuntos Financeiros, de 13/7/2013, a empresa responsável pela limpeza e conservação com a qual a UFRRJ mantém contrato, estava inadimplente em relação ao cumprimento de direitos dos seus trabalhadores. Nestas considerações são mencionadas diversas atitudes lamentáveis da empresa em relação aos seus funcionários, que também são membros da comunidade acadêmica, no que diz respeito ao recolhimento dos seus direitos trabalhistas (INSS, FGTS, auxílios transporte e alimentação). Segundo a mesma nota, a PROAF, ao tomar ciência dessas questões, efetuou o pagamento de forma direta aos funcionários. 

 Porém, o documento não deixa claro em que pé se encontra a situação destes trabalhadores perante o INSS, no que se refere ao recolhimento e repasse previdenciário, e ao FGTS, nos causando estranheza. Portanto, em virtude desta matéria, o Comitê de Mobilização Popular da Rural de Nova Iguaçu vem, por intermédio deste expediente, exigir da Pró-Reitoria de Assuntos Financeiros todos os esclarecimentos necessários para que toda a comunidade acadêmica desta instituição possa ter ciência de qual é a real situação dos trabalhadores da limpeza e conservação, de como foram pagos os seus salários no último período e de toda a documentação referente ao recolhimento dos direitos trabalhistas dos funcionários da empresa Digna e seu repasse aos órgãos competentes.  

Exigimos uma maior transparência no que se refere ao cumprimento ou não destes direitos trabalhistas atualmente desconsiderados nos últimos 3 (três) contratos de licitação, visto que a Universidade, ao firmar um contrato com uma empresa de prestação de serviços, é também solidariamente responsável pelas condições de trabalho desses funcionários. 

 Essa indagação já foi feita à Direção do Instituto Multidisciplinar (Campus Nova Iguaçu)  , que nos respondeu que todos os problemas já haviam sido resolvidos pela iniciativa da Administração Central. Entretanto, continuam chegando informações de que os graves problemas permanecem não somente em Nova Iguaçu, como também em Seropédica. Essa situação de desrespeito aos direitos trabalhistas não pode perdurar dentro de uma Universidade Pública sob pena de co-responsabilidade da Administração Central com o desrespeito aos direitos básicos de todo trabalhador, que se referem a sua alimentação, transporte e previdência.  

Entendemos que é fundamental que a Instituição dê uma resposta clara sobre a real situação dos servidores terceirizados e das medidas tomadas para averiguar se a empresa envolvida já regularizou a situação destes trabalhadores. Isso inclui também todo o período de vigência do contrato com a UFRRJ e a exigência de que se inicie imediatamente um processo de reparação aos antigos trabalhadores que eventualmente tenham sido privados dos mesmos direitos trabalhistas que estão sendo furtados dos trabalhadores de hoje. 

A UFRRJ não pode se omitir de buscar e divulgar, imediatamente, esclarecimentos acerca não apenas da regularização ou não do que a nota chama de “pendências” da empresa em relação aos seus funcionários. O não fornecimento de auxílio alimentação, transporte, recolhimento e repasse de INSS e FGTS não é uma mera “pendência” que pode ser “sanada” com medidas paliativas como a que foi assumida – a UFRRJ assumindo o papel da empresa terceirizada em suas obrigações junto aos trabalhadores. 

Esta empresa será responsabilizada judicialmente? A UFRRJ tem interesse em manter um contrato com uma empresa que, recebendo dinheiro público, explora seus funcionários, negando a eles os seus direitos mais básicos enquanto trabalhadores? É esta a realidade que queremos no interior de nossa Universidade? 

Somos contra todo e qualquer desrespeito aos direitos dos trabalhadores da UFRRJ, sejam eles servidores públicos ou terceirizados – estes em situação de ainda maior precarização das condições de trabalho do que os demais.

Mobilizados, aguardaremos os esclarecimentos formais acerca dos questionamentos e reivindicações aqui colocados.

 

REIVINDICAMOS:

 

1)       Esclarecimentos por parte da Administração Central e imediata regularização da situação dos terceirizados em relação à empresa que lhes nega direitos fundamentais.

 

2)       Esclarecimentos da Administração Central sobre suas intenções acerca de manter ou não um contrato com um grupo que, da alimentação à seguridade social, desconsidera sistematicamente os direitos de seus trabalhadores.
 

 

Comitê de Mobilização Popular da Rural de Nova Iguaçu

 

Comitê de Mobilização da UFRRJ - Seropédica (com o apoio do DCE e da ADUR-RJ)

 

 


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