Estudante da UFF é estuprada próxima ao campus do Gragoatá, em Niterói
 

A graduanda em Serviço Social foi abordada por volta das 20h30, quando saía da aula, perto da sede da Ampla

Mais um caso de estupro de uma estudante da Universidade Federal Fluminense (UFF) nas proximidades de um dos campi da instituição, em Niterói, evidencia a necessidade de um debate sério sobre segurança pública dentro e fora da Universidade. Por volta das 20h30, no dia 13 de setembro, uma aluna do curso de Serviço Social foi abordada quando saía de uma aula no campus Gragoatá. Jogada dentro de uma Kombi, acordou no dia seguinte na praia de Charitas. Embora não lembre de nada (foi dopada logo em seguida), os exames confirmaram a agressão sexual. A estudante, que foi atendida pelo SUS, fez exame de corpo de delito, prestou queixa e está sendo acompanhada por uma assistente social.

O caso não foi o primeiro nas proximidades da UFF. A situação de insegurança no campus evidencia uma realidade que atravessa mais de uma década. No início do ano, uma estudante de Economia sofreu uma tentativa de estupro da mesma forma, no trânsito entre um campus e outro. Em Rio das Ostras, a questão ficou tão séria que professores e alunos criaram um movimento “Chega de Estupros em Rio das Ostras”, que mobiliza não apenas a comunidade acadêmica como a cidade inteira.

Espaços mais iluminados, aumento de vigilantes e mais ônibus circulando entre os campi são algumas medidas simples que a administração da Universidade pode tomar para combater o problema. Entretanto, a solução não passa só pela Reitoria da UFF. É importante que a administração da Universidade dialogue com a prefeitura, com os governos federal e estadual para investir em mais segurança nesses espaços que embora não sejam da UFF concentram grande número de pessoas justamente por ser local de trânsito de estudantes e trabalhadores da instituição.

Números

Só em 2012, foram registrados 168 casos de estupro em Niterói, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). O número representa um aumento de 250% se comparado aos últimos quatro anos — maior do que a média nacional, que teve um acréscimo de 157%, entre 2009 e 2012. Os números da estatística revelam ainda que a cada dois dias uma história como a da estudante de Serviço Social acontece na cidade. Em nível estadual, as estatísticas são ainda mais assustadoras. No Estado do Rio de Janeiro foram registrados 6.029 estupros em 2012. Esse número corresponde a uma média mensal de 502 vítimas, ou ainda, cerca de 17 vítimas ao dia.

 

 

Fonte: ADUFF SSind, 27/9/13.

 


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