Europeus reagem a cortes no Setor da Educação

 

A população de diversos países da Europa continua indo às ruas em protesto às medidas de cortes nas verbas públicas destinadas aos serviços essenciais, além da redução de salários e retirada de vários diretos dos trabalhadores, que vêm sendo aplicadas pelos governos como forma de conter a crise do capital. O setor da educação é um dos que mais vêm sofrendo com as políticas de ‘austeridade’, o que tem gerado reação em várias partes do continente.


Em Portugal, as entidades sindicais que representam os professores e a organização de pais mostram-se preocupadas com o impacto das medidas anunciadas nesta semana pelo Conselho Nacional de Educação, no relatório “Estado da Educação 2012 - Autonomia e Descentralização”.

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, considera que a evolução positiva dos últimos anos deve-se a um esforço dos professores. O líder da Fenprof prevê que daqui a dez anos a situação esteja pior. A Federação Nacional de Educação (FNE), pela voz de Lucinda Dâmaso, confessa a preocupação que tem com o abandono escolar precoce, o insucesso escolar, e a falta de aposta na educação de adultos. Já o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Albino Almeida, critica os cortes “de forma atabalhoada” pela instabilidade que criam no sistema. O dirigente da Confap espera que o país não ande para trás com as medidas de austeridade.

Já na Espanha, a Plataforma Estatal pela Escola Pública espanhola convocou uma greve geral em todos os graus do ensino público da Espanha no próximo dia 9 de maio, contra os cortes e a reforma educativa e universitária. O protesto, que abrange docentes, alunos e pais, insere-se num calendário de mobilizações em abril e maio convocado pelos sindicatos CCOO, STES, FETE-UGT e CGT, a Confederação Espanhola de Pais e Mães de Alunos (Ceapa), o Sindicato de Estudantes e os Movimentos de Renovação Pedagógica.

Em conferência de imprensa (10/4), em Madrid, as organizações destacaram que é a primeira vez que pais, professores e organizações sindicais do ensino público coincidem na convocatória de uma greve no setor.

Enquanto isso, na Dinamarca, milhares de professores iniciaram uma onda de protestos essa semana em todo o país em manifestação à decisão dos municípios de fechar praticamente todas as escolas primárias e secundárias públicas no país enquanto autoridades e sindicatos não chegam a um consenso sobre a carga horária de trabalho docente. A medida surge depois do fracasso das negociações que já duraram meses.

Também no dia 10/4, profissionais de diversas instituições do país protestaram em frente à sede da prefeitura de Copenhague para mostrar sua insatisfação com a decisão, que já dura 10 dias.

 

No dia anterior, professores dinamarqueses se reuniram em uma linha que se estendeu por 35 quilômetros entre duas cidades. A União dos Professores da Dinamarca informou que seis mil profissionais se enfileiraram em uma estrada que liga Copenhague a Roskilde.

Segundo informação da Agência de Notícias Associated Press, as autoridades municipais querem o direito de determinar quanto tempo os professores devem passar em classe, e rejeitam o limite solicitado pela União dos Professores de 25 horas por semana em sala de aula, com o resto das horas de trabalho sendo usadas para a preparação do conteúdo educacional. Atualmente, os professores dinamarqueses passam cerca de 16 horas por semana em classe.



*Com informações da AP e de agências de notícias portuguesas

 

Fonte: ANDES-SN

 


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