Manifestações no dia 8 de março denunciam violência contra a mulher
 

O tradicional dia de luta internacional das mulheres, em 8 de março, marcou novamente a data em todo no Brasil, com manifestações em praticamente todas as capitais. A cor lilás, tradicional da luta feminista, a animação e denúncias contra a violência à mulher, assim como outras tantas bandeiras do movimento foram destacadas nas atividades, entre elas, a ausência de creches, as diferenças salariais com o gênero masculino e a defesa da legalização do aborto.

A CSP-Conlutas, Movimento Mulheres em Luta (MML) e entidades filiadas à Central foram às ruas para defender as bandeiras da mulher trabalhadora. O MML questionou a situação da violência contra as mulheres e ressaltou que, embora o país seja governado por uma mulher, não oferece situação segura para as trabalhadoras.  Os números de violência são assustadores: a cada dois minutos uma mulher é espancada. Em média, 15 mulheres morrem por dia e, em 2012 mais, de 50 mil estupros foram registrados.

Também foi denunciada a falta de uma proteção efetiva, já que a Lei Maria Penha, apesar de ser um avanço, não contempla as necessidades dessas mulheres. Por isso, o Movimento cobrou aplicação e ampliação da lei, assim como mais centros de referência, casas abrigo, delegacias de mulheres, juizados especializados e, principalmente, mais recursos.

Sandra Fernandes e seu filho Icauã, assassinados há menos de um mês, fruto da violência doméstica, foram lembrados em todas as manifestações onde o MML e a CSP-Conlutas  estiveram presentes.

Atos em São Paulo e Rio de Janeiro

São Paulo - Na capital paulista, cerca de 2 mil pessoas levantaram as diversas bandeiras da luta das mulheres no vão do Masp, e marcharam pela Avenida Paulista entoando músicas que criticavam o machismo, a exploração, a bolsa estupro, a questão do aborto, os desmandos do governo que só beneficiam as empresas nos megaeventos como a copa do mundo, bem como as leis que criminalizam as lutas.

A ex-presa política Amelinha Teles afirmou que tais leis “são perigosas, e que de nada se diferenciam da opressão do governo ditatorial”, ressaltando que para combater isso, “é necessário que os movimentos de esquerda se unam e lutem juntos”.

Letícia Pinho, representante do Movimento Mulheres em Luta (MML), lembrou que “desde o ano passado, centenas de jovens são presos em todo o país por exercer o direito fundamental de lutar por mudança social, tendo, só em São Paulo, mais de 300 jovens indiciados por participarem dos protestos”, e reforçou que “é inadmissível que o governador Geraldo Alckmin reproduza práticas da ditadura, retirando à força as jovens e os jovens das ruas. Pelas mulheres que tombaram nesta época, devemos lutar pelo direito de lutar”.

As mulheres trabalhadoras saudaram a greve dos garis no Rio de Janeiro e a greve dos Correios em diversos estados, além de homenagear, com uma intervenção artística, as vítimas fatais do machismo, entre elas Sandra Fernandes, e seu filho Icauã.

Rio de Janeiro - O ato do Rio de Janeiro tomou as ruas da Lapa com a cor lilás e muita animação. Desde a solidariedade aos garis “Eu sou mulher, estou aqui, estou no apoio à greve do gari” às bandeiras tradicionais do movimento. Este ano, o ato teve como uma das principais reivindicações a luta contra a violência à mulher.

Uma das representantes do Movimento Mulheres em Luta (MML), Samanta Guedes  destacou que a denúncia da violência contra à mulher é primordial. “Nós estamos denunciando a falta de atitude do governo federal sobre a questão da violência. Já está claro que para a Lei Maria da Penha funcionar é preciso aplicá-la e ampliá-la, a nossa realidade ainda é de 15 mortes por dia de mulheres fruto da violência”.

O ato, unitário, reuniu diversas organizações feministas e dos movimentos de esquerda. A iniciativa contou com a presença de aproximadamente 700 pessoas.

 

* Com edição do ANDES-SN, 10/3/14.

 

 

Fonte: CSP-Conlutas

 


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