Nota de repúdio da Diretoria da ADUR-RJ às ações ditatoriais do Governo do Estado do Rio de Janeiro, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e do Ministério Público

 

A Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seção Sindical do ANDES-SN, vem a público manifestar seu repúdio às ações ditatoriais do Governo do Estado do Rio de Janeiro, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Exigimos a imediata libertação dos presos políticos detidos e o arquivamento dos processos contra todos os ativistas políticos. 

O Poder Judiciário, a pedido do Ministério Público, decretou a prisão preventiva de 23 ativistas que vêm sofrendo perseguição desde o dia 12 de julho. A denúncia formulada pelo MP, amparada em provas colhidas pela Delegacia de Repressão à Crimes de Informática, é vaga e imprecisa, não imputando aos denunciados quaisquer fatos, mas apenas supostos planos. O decreto de prisão preventiva foi justificado pela ameaça à ordem pública e periculosidade dos denunciados, sem quaisquer provas conclusivas das referidas ameaça ou periculosidade. Há ainda cerceamento do trabalho dos advogados, que não têm tido acesso a todos os elementos de prova. Estas instituições, que deveriam ser as primeiras a respeitar os direitos fundamentais dos cidadãos, afrontaram a Constituição em uma operação de repressão política sem precedentes desde o final da ditadura militar.  

A ADUR-RJ esteve nas ruas nas manifestações de 2013 e 2014, e segue apoiando as lutas populares contra os mega-eventos, pela ampliação e garantia dos direitos sociais como saúde, educação e transporte e pela democratização efetiva da sociedade brasileira. É nossa tarefa como educadores mostrar a todos que estas ações ditatoriais têm a intenção de espalhar o medo e esvaziar as ruas neste momento de tomada de consciência e de luta pela população, que ameaça os privilégios da elite carioca e brasileira.  

Com a proximidade das eleições, as prisões políticas também servem para que os governantes mostrem sua capacidade de manter a ordem na cidade. A população do Rio de Janeiro conhece bem a “ordem” que defende o governo do Rio de Janeiro. É a ordem da violência e da brutalidade contra todos que se levantam por mais direitos e mais democracia, nas favelas e no asfalto. Não recuaremos enquanto nossos companheiros e companheiras, muitos deles também educadores, sejam libertados e os processos contra eles arquivados.

 

Lutar não é crime!  

Liberdade imediata para os presos políticos da Copa do Mundo!

 

Seropédica, 21 de julho de 2014.

Diretoria da ADUR-RJ

 

 

 

 


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