ADUR participa de reunião do Conselho Universitário e clama por unidade
- ADUR

- 29 de ago.
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A ADUR participou hoje de mais uma reunião do Conselho Universitário da UFRRJ. Representada pela presidenta, Elisa Guaraná, o informe da professora apontou entraves no diálogo entre o sindicato e a administração superior, especialmente a questão do auxílio-transporte. Após meses de debates, o MGI acatou uma demanda apresentada pela ADUR e outras associações docentes de mudança no descritor do auxílio-transporte de docentes. No entanto, a maneira como o sistema está sendo operacionalizado na UFRRJ ainda não é satisfatória e a universidade não apresentou proposta que regularize a questão. A professora também destacou o tratamento dado pela administração nos casos de docentes que se deslocam de locais distantes, passam a semana nas proximidades da universidade se dedicando ao trabalho e só retornam para casa aos fins de semana. “Seguem falas da administração central que dizem que ‘não pode, não deve, não é viável que quem more em outro estado trabalhe na Rural’. Isso tem sido dito de forma recorrente pela administração central e não é aceitável. Isso está errado e não é legal, não há legalidade que ampare isto”, explicou a professora. “Nós estamos seguindo em muitas exigências e pouco atendimento para condição real de trabalho dos nossos professores aqui dentro”. Por fim, destacou a importância de unidade de ação entre administração central e entidades representativas em questões como segurança pública e a reforma administrativa. Elisa também convidou todas, todos e todes a votarem no Plebiscito Popular que debate o fim da escala 6x1, a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês e, no caso do Rio, a reestatização da água. A ADUR está integralmente na campanha, com urna fixa na sede e aos fins de semana no centro de Seropédica. A docente apresentou e distribuiu a cartilha da ADUR de prevenção ao assédio moral e sexual, que integra campanha do sindicato, e informou a recente conquista jurídica da ADUR que garante interstícios de dois anos para progressão de docentes e progressões múltiplas. O informe completo está transcrito no site da ADUR. Confira a transcrição completa do informe da professora Elisa Guaraná a seguir: Primeiro eu quero informar que ADUR está na campanha, dentro da universidade, com o apoio ao Plebiscito Popular. Nós temos uma urna fixa. Esse plebiscito popular é extremamente importante. A gente está em trabalho com a nossa comunidade em Seropédica, atuando em Seropédica também para colher votos aos finais de semana, com o Sintur, com o DCE, nesse esforço importante é de que a gente consiga avançar pautas no Congresso a partir de de recolhimento de assinaturas para que avance o fim da escala 6x1 e para que efetivamente avance a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5000 de imposto de renda. E no Rio de Janeiro em especial, para que as águas voltem a ser públicas. A gente, definitivamente, não tem como continuar enfrentando o que a gente enfrenta com esse serviço privatizado da água no Rio de Janeiro. Então eu convido a todas, todos e todes que passem na ADUR para votar. Esse voto está sendo em todo o Brasil, nós queremos milhões de assinaturas para pressionar o Congresso nessas direções e pressionar a Alerj em relação à água no Rio de Janeiro.A segunda coisa é que a gente está lançando pela segunda vez nossa cartilha de prevenção ao assédio moral e sexual. Esse é um trabalho que a gente está fazendo há bastante tempo na ADUR, são duas gestões trabalhando esse tema, em diálogo com universidade, com a reitoria, em parceria com o Sintur, com o DCE. A gente vem falando bastante sobre esse tema que atinge de forma muito aguda, hoje, as nossas relações internas. A ADUR recebe uma quantidade grande de denúncias, a gente acolhe, a gente conversa, a gente ajuda a encaminhar como buscar os caminhos institucionais, mas a gente acha que é fundamental prevenir. A gente precisa explicar mais claramente o que constitui um assédio, como que a gente pode melhorar muito as nossas relações cotidianas dentro do nosso espaço e aquilo que efetivamente será punido como assédio moral e sexual.Eu gostaria também de dizer que na sequência nós vamos lançar nossa cartilha da carreira docente. A gente estava aguardando essa reta final de reorganização pós acordo de greve para que a gente pudesse soltar a nossa cartilha. A gente entende que a universidade faz tempo deveria ter um manual das carreiras a ser entregue aos professores que chegam. Faz muita falta, muitas universidades já têm. Ali organizaria de forma mais clara os nossos deveres, mas principalmente quais são os nossos direitos, o que a gente deveria ter como meta dentro da nossa universidade, que é a educação, pesquisa e extensão. A gente fez muitas ações em torno deste tema da carreira nesses últimos anos, nessas últimas duas gestões em especial, mas isso reporta três gestões. Acabou de ser julgado, a gente entende que em última instância, quando nós recorremos três gestões atrás, ao tema dos interstícios. Temos agora um julgamento final de reconhecimento de interstícios de dois anos como algo que é nosso direito. Então por isso a gente encerra , entendemos. E a Rural adotou corretamente a mudança quando nós dialogamos, a partir da CPPD em especial, a importância de já abraçar o interstício quando a AGU assumiu essa certeza de que o interstício era um direito, bem como as múltiplas.Nós temos feito um esforço muito grande de diálogo propositivo junto à universidade, mas a gente vem sentindo uma dificuldade de avançar em termos que poderiam ser pontuais, porque têm sido pontuais em outras universidades e aqui seguem como temas que se arrastam. Nós estamos há cinco ou seis meses discutindo auxílio transporte. Nós fizemos, a ADUR, o esforço de encaminhar e conseguimos consolidar uma alteração fundamental junto ao MGI, que foi a ADUR que encaminhou essa proposta. Essa proposta, então mudou o descritor para efetivo deslocamento, isso nos ajuda bastante. Mas não é admissível que a gente continue tendo que preencher o SigRH da maneira como estamos preenchendo. Não é admissível, não temos resposta. Mas é pior porque a gente fica nesse vai e vem de questões que são pontuais em outras universidades, por que aqui é tão difícil? A gente avançar no diálogo, avança em propostas, apresenta propostas elas não andam ou quando andam bem…e acho que a gente finalmente resolveu a questão do direito ao auxílio pra quem se desloca pra cá de outros lugares mais distantes, passa uma semana se dedicando a essa universidade, e retornam para as suas casas , portanto passam só o fim de semana com suas famílias o resto do tempo aqui se dedicando a essa universidade.No entanto, seguem falas da administração superior que dizem que “não pode, não deve, não é viável que quem more em outro estado trabalhe na Rural”. Isso tem sido dito de forma recorrente pela própria administração superior. Não é aceitável isso. Nós somos uma universidade do Brasil, sempre fomos. Nós levávamos o nosso vestibular pro Brasil todo, nós não podemos ser a universidade que não quer receber professores de outros estados que não queiram morar em Seropédica, que não que morar em Nova Iguaçu, que não querem morar em Três Rios. Isso está errado e isso não é legal, não há legalidade que ampare isto. Quero deixar isso claro porque se continuar com isso nós vamos ter que pensar outras formas de enfrentar esse tema aqui dentro. Os nossos professores têm ligado para a gente dizendo que se sentem humilhados, se sentem excluídos e se sentem expulsos dessa universidade. E o esforço que a gente tem feito para resolver essa questão do auxílio-transporte não deveria ser uma questão porque não está sendo em outras universidades. Tocantins as pessoas moram em Brasília; a Unilab é uma universidade em dois estados; a gente tem uma universidade em países , como a nossa tríplice fronteira. Não é possível imaginar que a gente vai interiorizar o nosso ensino exigindo que o professor habite num lugar que nem sequer lhe dá condições pra isso, porque nós não temos condições pra isso daqui tem dessa universidade. Mas é pior, nós estamos seguindo em muitas exigências e pouco atendimento para condição real de trabalho dos nossos professores aqui dentro. O nosso cenário aqui dentro não tem avançado em relação às condições reais de trabalho. Não temos internet dentro da universidade. Não é possível produzir material para as nossas aulas, pesquisa e extensão sem internet. E assim vivemos. Mas nós queremos que os professores estejam aqui 24h. Não é possível, não é aceitável. Essa não é a nossa regulamentação de carreira. Nós continuaremos a defender que a nossa regulamentação de carreira nos permite mobilidade. Nós continuaremos defendendo essa mobilidade no respeito aos professores que vivem onde quiserem desde que cubram os seus planos de trabalho, com os seus trabalhos internos dentro dessa universidade.Eu acho que a gente precisa ter um olhar de unidade aqui dentro. Até agora nós temos sempre um esforço grande em relação a questões muito importantes como o tema da violência e agora mais especificamente o tema do presídio. Não fomos convidados, nem Sintur e DCE, mas nós faremos uma assembleia comunitária para discutir a proposta do presídio e temos que estar unidos com a reforma administrativa do Pedro Paulo. Então nós precisamos de unidade, nós não precisamos de fragmentação aqui dentro. Obrigada.



