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Assassinato de Mãe Bernadete na Bahia exige apuração imediata e punição exemplar aos criminosos

  • Foto do escritor: ADUR
    ADUR
  • 18 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

18 de agosto de 2023 Comunicação da ADUR O Brasil mais uma vez é surpreendido por um crime brutal, que tenta calar vozes que se manifestam contra o racismo e a desigualdade racial, e defendem liberdades e minorias, que precisam ser respeitadas para tornar a nação mais igualitária e capaz de tratar todos os seus povos com equidade. Na noite de 17 de agosto, foi assassinada a tiros a líder quilombola Bernadete Pacífico, em sua comunidade na região metropolitana de Salvador. Mãe Bernadete, como era conhecida, era yalorixá e liderança religiosa em Pitanga dos Palmares, além de coordenadora da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas ) e ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Simões Filho, onde fica seu terreiro. Também era mãe de Flávio Gabriel dos Santos, o Binho do Quilombo, igualmente assassinado em 2017 por homens armados, na área do quilombo, tendo sempre lutado por justiça e pela defesa de sua memória. A  nova execução de uma liderança negra quilombola provocou grande consternação e protestos de entidades representativas e democráticas do país, às quais a ADUR-RJ (Associação dos Docentes da Universidade Rural do Rio de Janeiro) se une, além de reações de autoridades. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), lastimou o assassinato e determinou a imediata investigação do crime pelas polícias Militar e Civil. Os ministros dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, enviaram uma comitiva para participar de reunião presencial com órgãos do Estado e prestar atendimento a pessoas da família. Há meses Bernadete vinha alertando que lideranças do Quilombo Pitanga dos Palmares sofriam ameaças de morte, provenientes de grupos ligados à especulação imobiliária na região, interessados em ocupar os territórios. O quilombo mantém associação com mais de 120 agricultores, que produzem e vendem farinha para vatapá, frutas e verduras, e conta com 290 famílias, que vivem em seus 854 hectares. Segundo  dados do IBGE, Salvador é a capital brasileira com maior população quilombola, com cinco quilombos registrados e aproximadamente 16 mil pessoas em comunidades. Em nota, a Conaq ressaltou a incansável dedicação de Bernadete à preservação da cultura, da espiritualidade e da história de seu povo. “Sua ausência será profundamente sentida, mas seu espírito inspirador, sua história de vida, suas palavras de guia continuarão a nos orientar e às gerações futuras”, disse o comunicado. A ADUR compartilha esse sentimento e admiração pela líder quilombola. E defende que esse novo atentado não fique impune, como outras execuções de lideranças sociais que ainda não tiveram a devida elucidação, a exemplo do Caso Marielle Franco, assassinada com o motorista Anderson Gomes. Ao contrário de intimidar, essa novo crime apenas reforça a luta contra aqueles que perseguem minorias e desprezam as liberdades, os direitos humanos e a democracia no país. A partir de agora, portanto, também passamos a bradar: “Mãe Bernadete, presente!”

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