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Carta da diretoria da ADUR-RJ ao CONSU da UFRRJ em 10 de junho de 2020

  • Foto do escritor: ADUR
    ADUR
  • 17 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

A autonomia universitária foi atacada novamente através de uma MP do governo federal emitida em 09 de junho de 2020. Não bastasse todas as dificuldades a que estamos submetidos neste momento de crise econômico-sanitária, tragados pelo trabalho remoto e pelo debate do ensino remoto de forma emergencial, tivemos mais esse golpe a lutar e a resistir.

Poucas vezes em nossa recente história universitária do nosso país, vivenciamos ataques contínuos e sistemáticos ao ensino, a pesquisa e a extensão – essa tríade indissociável que formou e forma cidadãos, constrói o progresso e adentra na comunidade como um todo. Espera-se que tudo o que se é aqui investido não nos leve a permanecer coniventes com o atraso e com as mazelas do povo brasileiro. Mais do que a sensatez, será necessário não nos esquecermos que autonomia universitária não é mera palavra de ordem. É ela que permite a cada instituição pública de ensino superior a liberdade de se dedicar a ensino, pesquisa e extensão com o ímpeto inquebrantável do saber e do conhecimento.

Carlos Lessa, economista e ex-reitor da UFRJ, que nos deixou recentemente, dentre as suas muitas frases emblemáticas, uma vez professou: “cada geração tem a obrigação de deixar para o país uma geração melhor do que a sua”. É esse desafio dos nossos tempos.

A diretoria da ADUR aposta na capacidade de lutar e de resistir que temos agora, aprendida nas longas e importantes batalhas que os docentes dessa universidade enfrentaram nas décadas de 1980 e 1990. O inimigo é o fascismo, mas enquanto eles trabalham nas trevas, nos trabalharemos nas luzes. A história varrerá todos aqueles que se mantiveram coniventes e que professaram apocalipses inevitáveis.

Por fim, queremos lembrar as palavras de Darcy Ribeiro, idealizador e primeiro reitor da UnB, em discurso, em 1986:

“Esta é a função da utopia: ordenar, concatenar ações para fazer frente ao espontaneismo fatalista e, sobretudo, para impedir que os oportunistas façam prevalecer propósitos mesquinhos. Impedir que o professor tal, muito competente as vezes em seu campo, porém, com mais talento para puxar o saco do ministro tal, para anular o senador tal, a fim de que o pequeno reino na Universidade cresça mais que a Universidade como um todo. Esta eficácia daninha destrói a universidade, tal como o câncer destrói um corpo. É um parasita que vive sã carne da instituição que habita.”

Palavras mencionadas após Darcy Ribeiro relembrar o dia da vergonha em que professores e alunos da UnB se converteram ao despotismo da ditadura militar.

ADUR segue na luta no árduo trabalho de luta contra IN24, contra a retirada e direitos, acompanhando e participando das discussões sobre progressão na CCPD e no acompanhamento das ações da Unimed. Mas também nas reuniões de seus GT – GTPE, GTPFS e GT carreira, sobretudo, que busca os melhores meios para promover um fórum de discussão sobre Ensino Remoto.Trabalho e dedicação que nem sempre damos conta de divulgar.

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