Fechamento do Arquivo Público do Rio de Janeiro: Governador ataca preservação da memória histórica
- ADUR

- 8 de jan.
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08 de janeiro de 2025 Comunicação da ADUR O anúncio do fechamento do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (Aperj), realizado na segunda-feira (6), levanta sérias preocupações quanto à preservação da memória histórica do Brasil. Com mais de 90 anos de existência, o Aperj abriga documentos fundamentais sobre a repressão política no país, incluindo os registros do Dops, com materiais que remontam ao Estado Novo e à Ditadura Militar. Sua importância para a compreensão dos períodos mais sombrios da nossa história é inestimável. A deterioração estrutural do prédio, embora seja um fator a ser considerado com seriedade, não pode servir como justificativa para negligenciar a preservação de um patrimônio essencial para o resgate da verdade histórica e para a justiça em relação às vítimas da repressão. Esse acervo é parte fundamental da nossa identidade e da luta pela democracia, e sua preservação deveria ser prioridade para qualquer governo comprometido com a história e os direitos humanos. É importante frisar que não foi apresentada qualquer previsão para a retomada dos trabalhos ou para a realização de obras de restauração do edifício, o que agrava o cenário de incerteza e desamparo em relação ao futuro do acervo histórico. A Casa Civil do governo do Rio de Janeiro entende que a “decisão de fechar as portas foi tomada de forma unilateral pelo então diretor da instituição, sem consulta ao governo e sem aval dos órgãos competentes para analisar as condições físicas das edificações públicas”. Além disso, o governo garante que o prédio do Arquivo não oferece risco estrutural, conforme laudo emitido pela Empresa de Obras Públicas (Emop) em 24 de julho de 2024. Segundo Beatriz Kushnir, presidenta da Associação Nacional de História, o momento vivido pelos historiadores estaduais é um dos piores em décadas."Nos seus mais de 90 anos e inúmeras sedes, nunca vimos isto. Não foi divulgado qualquer documento das autoridades de sinistros que justificasse essa radicalização. Somos todos a favor das melhorias. Mas acreditamos que o diálogo com a comunidade de pesquisadores fosse o melhor caminho", lamentou.” A ADUR lamenta profundamente a falta de ação eficaz por parte do governo do estado e critica veementemente o descaso com que a questão tem sido tratada. O fechamento do Arquivo Público sem um plano imediato de restauração é uma afronta à preservação da memória histórica brasileira, além de uma ameaça aos esforços pela justiça e pela verdade. Este é mais um exemplo de como a negligência do poder público coloca em risco nosso patrimônio e nossa democracia. Seguiremos exigindo medidas concretas e imediatas para reverter esse cenário.



