O que está por trás do ataque de Eduardo Bolsonaro aos professores?
- ADUR

- 11 de jul. de 2023
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11 de julho de 2023 Comunicação da ADUR Como consequência do fracasso de tentar barrar a Reforma Tributária aprovada pelo ministro Fernando Haddad na última semana, o bolsonarismo subiu o tom contra os seus opositores. Em um evento que reuniu militantes "pró-armas" em Brasília no domingo (9), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, comparou professores a traficantes de drogas. A ADUR repudia as declarações do deputado e explica o que está por trás do novo ataque. Na ocasião, Eduardo afirmou que "não existe diferença entre um professor doutrinador e um traficante de drogas". Ao comparar os profissionais da Educação a traficantes, Eduardo Bolsonaro imputa à categoria um fato criminoso. Suas declarações podem (e deveriam) configurar crimes de calúnia e difamação, pois são ataques diretos à honra de toda a categoria. Diversos parlamentares afirmaram em seus perfis nas redes sociais que vão acionar o Conselho de Ética da Câmara. O ministro da Justiça, Flávio Dino, por sua vez, determinou a abertura de investigações pela Polícia Federal. Para aqueles que acompanham o fenômeno do bolsonarismo na sociedade brasileira há algum tempo, era evidente que os parlamentares da extrema-direita que seguem a cartilha do ex-presidente do PL se manifestariam com truculência logo após a aprovação da reforma. Goste ou não do que diz a nova legislação tributária, o fato é que a imprensa se derreteu (e não se fala em outro assunto) pela notória capacidade de articulação política do presidente Lula e seus ministros, que convenceram, inclusive, cerca de 20 parlamentares do PL a votar em um texto engavetado há 20 anos. Isso era algo que o bolsonarismo não poderia aceitar. Uma das estratégias mais conhecidas da extrema-direita, consequência direta da ausência de propostas para a sociedade, é se manter sob os holofotes da mídia a qualquer custo. Nos últimos quatro anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro abusou do "cercadinho" e de suas redes sociais para criar "falsas crises" dentro de crises reais. Incapaz de conter o aumento galopante da inflação, culpou a China e fatores externos. Diante da crise da COVID-19, culpou o globalismo. Analogamente, sua cruzada contra a Educação pública, com ataques graves ao ensino superior, servia para afastar o foco da imprensa nos problemas que ocorriam no seu governo. A fala de Eduardo Bolsonaro no último domingo (9) deve ser interpretada desta forma. As bravatas contra os professores e os profissionais da Educação sempre foram as preferidas do bolsonarismo, que precisa criar inimigos para se manter vivo. A ADUR repudia as falas do deputado Eduardo Bolsonaro e sai em defesa de todos os professores do Brasil, exigindo a cassação imediata do parlamentar. Não permitiremos que o bolsonarismo use a nossa categoria para evitar seu evidente fracasso político.



