top of page

Razões para se comemorar o Dia do Orgulho LGBTQIA+

  • Foto do escritor: ADUR
    ADUR
  • 4 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

4 de julho de 2022#ADUROnlinePor Leandro Rodrigues Nascimento da Silva

28 de junho é a data oficial em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A data marca uma trajetória de luta, avanços e retrocessos no que tange o debate acerca das identidades de gêneros e orientações sexuais no cenário mundial. Foi no referido dia que, na cidade de Nova York, no ano de 1969, um bar chamado de Stonewall Inn, no bairro Greenwick Village, foi invadido por policiais que já estavam acostumados a extorquir seus/suas frequentadores/as e levá-los/as à prisão com mero pretexto de que os/as usuários/as do espaço promoviam ali cenas de imoralidade. Porém, as forças policiais não contavam que, naquele dia 28 de junho de 1969, mulheres lésbicas, travestis e transexuais, gays e “simpatizantes” não tolerariam mais aquelas incursões violentas do Estado na figura de seus agentes e, bravamente, resistiriam à pedradas e garrafadas que eram lançadas sobre os carros da polícia e seus ocupantes. Há relatos de historiadores/as os quais afirmam que a rebelião do Stonewall perdurou por vários dias, deixando, inclusive, frequentadores/as do bar sitiados/as e pedindo reforços de amigos/as LGBTQIA+ no fronte de resistência. Um ano depois da rebelião, uma figura importante irrompe na cena LGBTQIA+ organizando um movimento que, até então, não disputava ativamente a luta política. A figura da qual falamos se chamava Marsha P. Johnson, a qual estava na linha de frente da rebelião ao lado de muitas outras drag queens. Cabe ressaltar que Marsha era uma mulher transexual que, em 1970, convocou todos/as os LGBTQIA+ da época a se manifestarem no centro de Nova York pelos seus direitos enquanto cidadãos e cidadãs estadunidense. Essa marcha de 1970 ficou conhecida como a primeira Parada LGBTQIA+ já realizada. No Brasil, o movimento organizado da população LGBTQIA+ se fará mediante a perseguição da Ditadura Militar, instaurada no país em 1964, e terá relevante atuação com a chegada do HIV/AIDS nas décadas de 1980 e 1990. Lutando contra o estigma que grupos religiosos se esforçavam para imprimir na comunidade referida, será possível vislumbrar gradativo avanço nas pautas sociais e políticas quando, em 2004, durante o governo do Partido dos Trabalhadores, o Governo Federal promulgará importante diretriz para o enfrentamento de todas as formas de discriminação e preconceito contra pessoas LGBTQIA+. Por todo esse histórico de luta e enfrentamentos violentos, é que precisamos, mais do que nunca, comemorar o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. E para finalizar, deixo aqui anotado o que cada letrinha da sigla “LGBTQIA+” significa: L: Lésbicas – mulheres que sentem atração pelo mesmo gênero, isto é, por outras mulheres; G: Gays – homens que sentem atração por pessoas do mesmo gênero, isto é, por outros homens; B: Bissexuais – homens e mulheres que sentem atração pelos gêneros feminino e masculino; T: Transgênero – o “T”, diferente das outras letras já explicadas, não diz respeito a uma orientação sexual, mas a uma identidade de gênero e abarca as identidades: 1) transgêneros (pessoas também chamados/as de pessoas trans), que podem ser homem ou mulher; 2) travesti (identidade feminina); Q: Queer – a pessoa queer é aquele que transita pelos gêneros; I: Intersexo – essa pessoa está entre o masculino e o feminino porque as suas combinações biológicas não se enquadram na norma binário – de masculino e feminino; A: Assexual – são pessoas que não sentem atração sexual por outras pessoas; +: “mais” – o símbolo de “mais” representa todas as outras identidades que não se enquadram no padrão cis-heteronormativo.   Leandro Rodrigues Nascimento da Silva é graduado em Letras/Português pela UFRRJ, especialista em Educação e Divulgação Científica pelo IFRJ, mestrando em Educação pelo PPGEDUC/UFRRJ e membro do Laboratório de Estudos de Gênero, Educação e Sexualidade (LEGESEX-UFRRJ). ADUR ONLINE é um espaço aberto aos docentes e pesquisadores da UFRRJ e de outras Universidades também. As opiniões expressas no texto não necessariamente representam a opinião da Diretoria da ADUR-RJ.

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page