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Roberto Jefferson: oportunismo de Collor à Bolsonaro

  • Foto do escritor: ADUR
    ADUR
  • 22 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

Em entrevista a um veículo de comunicação, o ex-deputado Roberto Jefferson fez declarações sobre a sexualidade de dois ministros do Supremo Tribunal Federal. Segundo o ex-deputado, a pretensa orientação sexual dos ministros moralmente os descredencia como juízes da mais alta corte brasileira. Para quem não se recorda, Roberto Jefferson emergiu do universo dos programas de jornalismo sensacionalista das tardes da televisão brasileira para a política nacional. Como deputado federal, além de integrar a “tropa de choque” do ex-presidente Collor, protagonizou o episódio do chamado escândalo do mensalão, inscrevendo-se nas antologias da literatura penal como o primeiro criminoso que espontaneamente se autodenunciou, supostamente em um ato de vingança contra seus cúmplices Encerradas as pendências com o judiciário, o ex-deputado retorna à cena diretamente para a articulação da sustentação do presidente Bolsonaro. Nessa condição, emite declarações como a mencionada, buscando desqualificar os poderes que, mesmo timidamente, oferecem algum tipo de obstáculo ao exercício irrefreado do poder executivo. É dispensável dizer que a declaração do referido personagem, em lugar de assacar contra a honra dos ministros, como talvez pretendido, revela a desqualificação moral do declarante em toda a sua nitidez. Em uma época em que as sociedades procuram caminhar no sentido da eliminação e da criminalização dos preconceitos, em um país que lidera as estatísticas contra pessoas LGBT e cujo Supremo Tribunal equiparou os crimes de homofobia ao de racismo, as palavras abjetamente homofóbicas, proferidas em tom de galhofa pelo ex-deputado, vêm ultrajar ainda mais a consciência de nossa sociedade, já tão ofendida pelo maremoto de sordidez que a atingiu nos últimos tempos. Os poderes precisam pôr um freio à baixeza, para que o que resta de consciência humanista em nosso meio não seja definitivamente esfacelado. É preciso repudiar, é preciso denunciar tais atos, tais falas, que semeiam a violência discriminatória sejam denunciadas, com toda a veemência de que dispomos! É preciso dar um basta! Diretoria da ADUR

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